Inaugurada em 3 de fevereiro de 2015, a Casa da Mulher Brasileira completa 8 anos nessa sexta-feira (03) e atendeu desde então 108.248 mulheres, (computadas as situações de retorno) que implicaram em 917.585 encaminhamentos. Sob o comando de mulheres, a delegacia especializada foi a primeira inaugurada no Brasil e se tornou referência pelo atendimento direcionado.
Em discurso durante a cerimônia, a prefeita Adriane Lopes citou do momento difícil pelo qual o complexo passou no início da gestão. “Quando assumimos a Prefeitura em 2017, eu ainda como vice, a Casa já estava quase para fechar as portas porque não tinham mais recursos. Naquela época a Prefeitura teve de fornecer amparo”, pontuou.
Hoje como mulher à frente do Executivo Municipal, Adriane também pontuou sobre as dificuldades de ser a primeira prefeita eleita da Capital. “Recebi muitas críticas de gente que acreditava que eu não teria competência de ser gestora por ser mulher. Mas com muito trabalho e uma equipe integrada, estamos provando que conseguimos fazer uma gestão competente”, pontuou.
Ainda segundo Adriane Lopes, a meta é continuar a focar no trabalho em prol do fim da violência contra as mulheres. “A Casa da Mulher Brasileira é instalada em locais onde o índice de violência é muito alto, por isso, entendemos que nosso trabalho deve continuar para fortalecer principalmente as políticas de prevenção. E vamos lutar pela segurança de cada mulher da nossa cidade”, finalizou.
Conforme informações da delegada Elaine Benicasa, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), são 8 mil registros de boletim de ocorrência por ano, de forma geral, sendo de 20 a 30 por dia. “Todos os casos de feminicídio do Estado foram 100% solucionados e todos os autores foram presos e estão sendo processados”, destacou da delegada se referindo aos casos do ano passado.
Já para a subsecretária de Políticas para a Mulher, Carla Stephanini, foram 100 mil atendimentos no mesmo período. “É um desafio constante manter a Casa da Mulher Brasileira, pois é preciso promover o acesso à justiça das mulheres vítimas de violência. Proteger e acolher essas mulheres que sofrem violência, de forma humanizada, é um dos nossos desafios”, destacou.
A convite, lideranças comunitárias de várias regiões de Campo Grande também participaram da cerimônia. Rogério do Carmo é liderança há 10 anos na Comunidade Bom Retiro, desde a época de Cidade de Deus, é já desenvolve trabalhos sociais voltado às mulheres junto à Semu. “Vir conhecer sobre o trabalho da Casa da Mulher Brasileira é incrível para nós, já queremos pedir apoio com palestras e orientações contra violência. Como líder comunitário, hoje minha principal busca aqui foi de vir encontrar meios de ajudar as mulheres chefes de família da minha comunidade e que muitas vezes passam por violência em silêncio”.
A Casa da Mulher Brasileira de Campo Grande está sob a gestão administrativa da Prefeitura Municipal, por meio da Subsecretaria de Políticas para a Mulher (SEMU), órgão gestor das políticas públicas para as mulheres no âmbito local.
Serviço
A estrutura contempla os diversos serviços e setores necessários para que a mulher possa enfrentar a situação de violência de forma integral. Assim, oferece atendimento 24 horas por dia, todos os dias da semana, nos setores: recepção, acolhimento e triagem, serviço de apoio psicossocial, alojamento de passagem (para abrigamento temporário de até 48 horas, para mulheres em risco de morte), brinquedoteca (para o acolhimento de crianças de 0 a 12 anos que não estejam acompanhadas por outros adultos, enquanto a mulher é atendida) e Central de Transportes (para o deslocamento de mulheres até os serviços da rede externa, como o Instituto de Medicina e Odontologia Legal ou unidades de saúde).
Além desses serviços, a Patrulha Maria da Penha – PMP (grupo de agentes da Guarda Civil Municipal, ligado à Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social), também oferece atendimento 24 horas. A Patrulha Maria da Penha, atua de forma articulada com a 3ª Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, no monitoramento das medidas protetivas de urgência, realizando visitas domiciliares às vítimas, bem como atendendo chamados de mulheres com medidas protetivas de urgência, pela Central de Atendimento, telefone 153.
Ainda no âmbito municipal, o Serviço de Promoção da Autonomia Econômica é oferecido em horário comercial, com atendimento relativo à emissão de documentação para o trabalho, qualificação e capacitação, intermediação para trabalho e emprego e orientação para autonomia financeira.
A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (1ª DEAM) também oferece atendimento ininterrupto a mulheres vítimas de todas as formas de violência, em articulação com os demais serviços da CMB, como forma de garantir a integralidade do atendimento.
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