A dois dias da III Expedição Rila, Prefeitura recebe veículo que fará o trajeto até o Chile

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Estamos a dois dias do início da III Expedição Rila. A Prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria Municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio, embarca nesta aventura com outras autoridades, empresários e parceiros da empreitada que vai levar a todos rumo ao Pacífico.

Marcada para sair de Campo Grande, no dia 24 de novembro, a comitiva objetiva atestar a viabilidade econômica da Rota Bioceânica indicando aos participantes todo o processo aduaneiro, alfandegário e de desembaraço que passam os produtos exportados, até chegarem aos portos de Iquique e Antofagasta, no Chile.

Com um traçado de 2.396 quilômetros, a rota ligará o Brasil até o Oceano Pacífico, passando por Paraguai e Argentina, até chegar aos portos chilenos. A estrada, segundo estudos da Infra S.A. – empresa pública federal responsável pelo planejamento e estruturação de projetos para o setor de transportes – pode encurtar em mais de 9,7 mil quilômetros de rota marítima a distância nas exportações brasileiras para a Ásia. Em uma viagem para a China, por exemplo, pode reduzir em 23% o tempo, cerca de 12 dias.

A redução deverá impactar diretamente no aumento do comércio exterior com os países da Rila: Paraguai, Bolívia, Argentina e Chile. Fortalecendo ainda mais este mercado externo, que já é considerado um dos principais para Campo Grande e Mato Grosso do Sul.

Para se ter uma ideia desta importância, a venda de produtos de Campo Grande para os países integrantes da Rota de Integração Latino-Americana (RILA) – Argentina, Bolívia, Chile e Paraguai – no primeiro semestre deste ano cresceu. O comércio exterior com estes países superou os US$ 121,028 milhões (cerca de 22,6% do movimento total da capital), um crescimento de 48% em relação ao mesmo período de 2022, sendo US$ 93,938 milhões em exportações (especialmente para a Argentina e o Chile) e US$ 27,090 milhões em importações (com destaque para o gás natural boliviano).

“Os números demonstram o que temos falado diariamente. Temos mercado e espaço para crescer no comércio exterior com os países da Rila. Tanto que neste ano, o Departamento de Tarapacá (Chile) abriu aqui em Campo Grande seu primeiro escritório comercial internacional buscando fomentar ainda mais estas trocas comerciais, criando novas oportunidades para ambos os países. Nós entendemos que chegou a hora de Campo Grande protagonizar essa rota, que a oferta de serviços está na Capital. E além dos negócios, nós acreditamos também na possibilidade turística que acontece com força nesse intercâmbio entre os países que integram todo esse movimento da Rota do Oceano”, ressalta a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes.

“Esta é uma das mais importantes viagens da RILA, queremos que seja um verdadeiro test drive da rota bioceânica”, conclui Cláudio Cavol, presidente do Setlog/MS , que agradece a parceria da Prefeitura de Campo Grande e da prefeita Adriane Lopes por todo apoio à expedição.

Os principais produtos da pauta exportadora costumam ficar entre carne bovina (resfriada e congelada) e grãos (especialmente soja), o que mostra também a força de Campo Grande como Capital do Agronegócio.

Paulo César Fialho, responsável pelo Escritório Internacional de Campo Grande, destaca que o transporte de carga produzida no Mato Grosso do Sul com destino aos portos do Chile mostrará de fato os desafios e potencializará dados da Rota. “Temos um trabalho muito forte dentro do Comércio Exterior da Prefeitura que incentiva o uso da rota para o escoamento do que é produzido aqui, mas também para atrair novas mercadorias que são produzidas no exterior. Recebemos diversas delegações estrangeiras este ano e mostramos toda essa potencialidade”, disse.

O secretário municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio, complementa e afirma: existe um enorme potencial de comércio intrarregional com os países que fazem parte da RILA, além dos ganhos competitivos advindos da utilização dos portos chilenos, como plataforma de exportação de produtos brasileiros para a Ásia e costa oeste da América do Norte.

“As oportunidades geradas para o setor de serviços e para o turismo, que a integração com estes países proporcionará são enormes. Além de nos tornarmos a capital brasileira mais próxima de Antofagasta (Chile) com a conclusão da ponte sobre o Rio Paraguai em Porto Murtinho, Campo Grande será também a maior cidade da chamada Rota Bioceânica”, destaca Adelaido Vila.