A megaoperação de combate ao Aedes aegipty, “Mosquito Zero – É matar ou morrer”, garantiu a inspeção de quase três mil imóveis e o recolhimento de quase 2 mil toneladas de materiais inservíveis de grande e pequeno volume durante a primeira semana de trabalho. A operação acontece até amanhã na região do Imbirussu, mas chegará as outras seis regiões de Campo Grande até abril.
Segundo o chefe de serviço de combate ao Aedes Aegypti da Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais (CCEV) da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), Vanderlei Rossati, o trabalho ficou parcialmente prejudicado por conta da chuva, porém as equipes conseguiram cumprir o cronograma pré-estabelecido e executar as ações dentro do prazo esperado.
“Infelizmente, a chuva atrapalhou um pouco nosso trabalho de campo, mas os servidores se empenharam ao máximo para poder cobrir todas as áreas e conseguimos avançar”, disse.
Durante os trabalhos executados nos dias 24, 25, 26 e 29 de janeiro, foram inspecionados 2.941 imóveis, sendo eliminados 4.126 depósitos e 183 focos do mosquito Aedes aegypti.
“O resultado é considerado satisfatório, mas acreditamos que este número deve aumentar ainda mais porque vamos intensificar o trabalho lá na região nestes dois últimos dias de ação”, complementa.
Durante o período da ação, foram disponibilizados quatro pontos de transbordo para que os moradores da região pudessem fazer o descarte de materiais inservíveis de grande e pequeno volume, como geladeiras, televisores, sofás, camas, entre outros. A estimativa da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep) é de que mais de 2 mil toneladas tenham sido descartados até o momento nestes locais.
A ação executada na região Imbirussu contempla a limpeza de terrenos públicos, transporte de materiais inservíveis descartados, alocação pontual e temporária dos descartes em locais previamente definidos, fiscalização e autuação de descartes irregulares, visita às casas pelos agentes de combate às endemias para detecção de focos, limpeza, orientação e conscientização da população sobre os riscos e consequências das doenças transmitidas pelo mosquito.
Mosquito Zero
A próxima região a receber a operação Mosquito Zero será a do Anhanduizinho. A previsão é de que os trabalhos comecem já na próxima semana.
Ações
Desde agosto do ano passado, a Prefeitura tem intensificado as ações de enfrentamento ao mosquito, antecipando a chegada dos períodos críticos, de chuva e calor. As equipes da Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais (CCEV) da Sesau tem realizado diariamente o trabalho de orientação e eliminação de criadouros do mosquito.
Além de inspeções em residências, é feita a vistoria em pontos estratégicos, áreas consideradas de maior risco de proliferação de mosquito e que exigem um trabalho específico, a exemplo de borracharias, oficinas mecânicas, pontos de recicláveis, construções, casas e construções abandonadas.
Recomendações
Durante as visitas, os profissionais de saúde orientam os munícipes a seguirem os cuidados necessários: nunca deixar ao ar livre qualquer recipiente propenso a acumular água, manter a limpeza de terrenos e quintais em dia, instalar telas nas janelas, colocar areia até a borda dos vasos de planta, manter garrafas de vidro e latinhas de boca para baixo, acondicionar pneus em locais cobertos, limpar e trocar a água de bebedouros de animais, proteger ralos pouco usados com tela ou jogar água sanitária.
Infestação pelo Aedes
Conforme o Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo o Aedes aegypti (LIRAa), sete áreas de Campo Grande foram classificadas com o risco de surto de doenças transmitidas pelo mosquito.
O número de áreas em alerta praticamente dobrou, em comparação com o último LiRaa divulgado em novembro do ano passado, passando de 22 para 42 áreas. Dezoito áreas permanecem com índices satisfatórios.
O índice mais alto foi detectado na área de abrangência da USF Iracy Coelho, com 8,6% de infestação. Isso significa que de 233 imóveis vistoriados, em 20 foram encontrados depósitos. A área da USF Azaleia aparece em segundo com 7,4% de infestação, seguido da USF Jardim Antártica, 5,2%, USF Alves Pereira, 4,8, USF Sírio Libanês, 4,4%, Jardim Noroeste, 4,2% e USF Maria Aparecida Pedrossian (MAPE), 4,0%.
Dados epidemiológicos
Segundo informação da Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica até o dia 28 de janeiro foram notificados 1.539 casos de dengue em Campo Grande. Um óbito, de um homem de 30 anos, já foi confirmado.
Além dessas, ainda foram registradas 19 notificações de Zika Vírus e nove de Chikungunya, que ainda estão passando por processo de avaliação laboratorial para confirmar ou não as suspeitas.
Durante todo o ano de 2019, foram registrados 39.417 casos notificados de dengue em Campo Grande, sendo 19.647 confirmados e oito óbitos.
Apesar dos números expressivos, impulsionados pela epidemia do último ano, o mês de dezembro fechou com aproximadamente 45% a menos de casos registrados no ano anterior.
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