Com participação do Governo, gestão do trânsito de Campo Grande vira case mundial

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Um trabalho que teve início há oito anos com a participação de dezenas de entidades virou um case de sucesso reduzindo ano a ano os índices de acidentes e mortes na Capital e chamando a atenção da Organização Mundial de Saúde (OMS) – um órgão complementar da Organização das Nações Unidas (ONU).

A Organização Mundial da Saúde veio conhecer de perto o trabalho do Gabinete de Gestão Integrada de Trânsito (GGIT), que tem caráter consultivo e deliberativo e é composto por diversas entidades do campo da educação e segurança ligadas, principalmente, ao Governo do Estado de Mato Grosso do Sul e à prefeitura.

Segundo o consultor em Segurança Viária da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (Opas/OMS), Victor Pavarino, o trabalho executado em Campo Grande é um modelo a ser seguido por outras cidades em todo o mundo, considerando as peculiaridades de cada lugar.

“Uma coisa que chamou bastante a atenção foi a forma como Campo Grande construiu esse comitê intersetorial. Ele se deu de uma forma muito abrangente, mais rico que do que em outras cidades. E mesmo com as trocas de governo, os programas estabelecidos conseguiram ter continuidade. Se repassava a direção, mas o comitê sobrevivia dando legitimidade às políticas públicas para o trânsito”, afirmou Pavarino.

Números comprovam o resultado do trabalho integrado. As mortes no trânsito caíram 34,1% em Campo Grande desde a criação do gabinete. Em 2011, foram 132; no ano passado, 87. Os melhores índices foram registrados a partir de 2015, sempre abaixo de 100 óbitos/ano.

Entre presidência, vice, secretariado e órgãos operacionais estão representadas no GGIT entidades como Batalhão de Polícia Militar de Trânsito (BPTran), Agência Municipal de Trânsito (Agetran), Conselho Estadual de Trânsito (Cetran), Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MS), Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul), Secretária de Estado de Saúde (SES), Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) e Polícia Rodoviária Estadual (PRE), além do Departamento de Polícia Rodoviária Federal (DPRF).

Outros órgãos do governo estadual também participam como convidados. É o caso da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos (Agepan), Corpo de Bombeiros Militar (CBMMS) e Secretaria de Estado de Educação (SED).

De perto

Em abril, obras que passaram por investimento pesado do governo do Estado foram visitadas pelos representantes da Opas/OMS, como a rotatória da avenida Mato Grosso, com a Nelly Martins. Eles também verificaram a acessibilidade, acompanhando uma pessoa com deficiência visual e um cadeirante; a segurança, vendo de perto uma blitz da Polícia Militar contra o uso de bebidas alcóolicas por condutores; e o uso das ciclovias não apenas para passeio, mas como transporte efetivo.

Além dessas melhorias e das parcerias, o consultor Victor Pavarino também destacou uma participação importante em Campo Grande vinda de fora do GGIT: a da imprensa. “A forma com que a imprensa local ajudou na cobertura dos acidentes de trânsito, fornecendo explicações dada por técnicos e informando sobre as intervenções também tem ajudado muito a segurança no trânsito”, concluiu.