Campo Grande poderá ter, em breve, um Programa Municipal de Drenagem Urbana, que prevê a otimização do controle, operação e manutenção da malha subterrânea instalada e que implicará ao longo do tempo na economia de recursos financeiro. O plano, coordenado pela secretaria municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), foi apresentado nesta sexta-feira (29) pelo prefeito Marquinhos Trad, que reuniu em seu gabinete representantes da Planurb, Semadur, Segov, Agereg, universidades e vereadores da Capital.
De acordo com o chefe do Executivo Municipal, a medida busca, principalmente, combater os alagamentos ocasionados nos períodos das chuvas. “O que apresentamos hoje é a ideia para implementação de um instrumento moderno de planejamento que possibilite resolver, em um prazo pré-definido, os graves problemas de inundação que assolam a nossa cidade. O documento é ainda uma minuta do programa que será minuciosamente discutido com o legislativo municipal e sociedade civil organizada. Os alagamentos nos períodos de chuva são resultados da falta de planejamento nas últimas décadas gerando esse grave problema ambiental”, pondera Marquinhos Trad.
Com cronograma inicial previsto de 18 meses, o Plano de Ações prevê a formação e treinamento de equipe técnica da Prefeitura em Drenagem Urbana; identificação, quantificação e análise de controle das áreas impermeáveis; implantação da Legislação de Controle; implantação de um Programa de monitoramento das microbacias; cadastramento das redes de micro e macrodrenagem urbana; gestão integrada de Drenagem urbana; implantação de Estudos e Projetos; obras e serviços de drenagem.
O engenheiro e professor universitário Peter Cheung destacou a importância de o Plano ter a colaboração das universidades em sua elaboração. “Pensando em termos de engenharia, foi a primeira vez que a gestão municipal apresentou um plano que tem começo, meio e fim, com a engenharia envolvida para resolver o problema. Sem dúvida as universidades podem contribuir muito nesses documentos técnicos. O problema de drenagem é um problema de engenharia e tem que ser tratado com ações de engenharia. É importante deixar como legado para a cidade uma linha mestra como um documento que nos guiará nos próximos anos”.
Já o professor e geógrafo Fábio Ayres explica que o Plano traça medidas estruturais e não estruturais baseadas no Plano Diretor. “A proposta é poder adotar medidas preventivas. Um dos instrumentos para isso será a criação da Sala de Situação que vai monitorar e trazer as informações para um grupo técnico, juntamente com as universidades, para que possamos gerar dados e direcionar as tomadas de decisões”, salienta.
Conforme o Plano, a Sala de Situação prevê um sistema de alerta de alagamentos e um sistema de gerenciamento de drenagem urbana. “Estamos trabalhando no sentido de ter um instrumento para antecipar os alagamentos. Com antecedência, podemos informar a população e estabelecer um plano de ação para evitar prejuízos e riscos às pessoas”, explica o secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, Rudi Fioresi.