O número de mortes no trânsito em Campo Grande caiu de 114 óbitos, em 2014, para 70 vítimas fatais no ano passado; uma redução de 61,4%, segundo dados do Batalhão de Polícia Militar de Trânsito (Bptran).
Contudo, os motociclistas ainda preocupam as autoridades e se destacam nessa contagem trágica. Em 2017, das 70 pessoas que morreram no trânsito na Capital, 35 pilotavam moto. Neste ano, dos 55 óbitos registrados, 34 eram de motociclistas. Os dados fornecidos pelo Bptran contabilizam as vítimas que faleceram no local do acidente e também os que morreram posteriormente nos hospitais.
Acidentes
O número total de acidentes na Capital, com e sem vítimas, também diminuiu passando de 14 mil para 11 mil, em 2014 e 2017, respectivamente. Já nesse ano, se compararmos os primeiros nove meses com o mesmo período de 2017, já é possível observar uma redução de 10% na quantidade de ocorrências, passando 7,5 mil para 6,8 mil acidentes, respectivamente, segundo o Batalhão de Polícia Militar de Trânsito. A redução das mortes e dos acidentes está pautada na legislação mais severa e no aumento da fiscalização.
Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde divulgou nessa terça-feira (18.9) um levantamento inédito que mostra a redução de óbitos no trânsito em todas as capitais do País. De acordo com a pesquisa, a Capital reduziu 25,4% o número de mortes no trânsito, saindo de 224 óbitos, em 2014, para 167 no ano passado.
O valor se diverge em relação com os dados locais do Bptran, já que a base de coletas do Ministério da Saúde abrange diversas esferas da saúde pública, utilizando como suporte o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), com dados do Sistema Único de Saúde (SUS),DPVAT, entre outros.
Ainda conforme o levantamento do Ministério, a boa notícia de redução de mortes acontece também no restante do País, com uma queda de 27,4% dos óbitos nas capitais. Em 2010 foram registrados 7.952 óbitos, contra 5.773 em 2016, o que representa uma diminuição de 2,1 mil mortes em todo período.
Segundo a pesquisa, cinco capitais se destacaram com as maiores reduções: Aracaju (SE), com 57,1%; Natal (RN), com 45,9%; Porto Velho (RO), com 43,5%; Salvador (BA), com 42,4% e Vitória (ES) com 42,1%.
Os pedestres foram os que tiveram maior redução de mortes no Brasil, com 44,7%, apesar de ainda estarem em terceiro lugar no ranking de vítimas fatais. Os ocupantes de automóveis e motociclistas apresentaram queda de 18% e 8%, respectivamente. No entanto, esses dois grupos ainda lideram a lista das principais vítimas, ficando os motociclistas em primeiro lugar no ranking de mortes no trânsito no País.
Os acidentes de trânsito, que são a segunda causa de morte entre as causas externas, apresentam maior ocorrência entre os homens jovens, com idades entre 20 a 39 anos.
Vida no Trânsito
Conforme o levantamento, diversas ações podem estar relacionadas com a redução das mortes na Capital, como o programa “Vida no Trânsito”.
Desenvolvido pelo Ministério da Saúde, o Programa já investiu mais de R$ 90 milhões em ações que fortalecem as políticas de vigilância, as prevenções de lesões e mortes no trânsito e promoção da saúde. Campo Grande é uma das cinco capitais que deram início às ações do Vida no Trânsito.
O Programa envolve a melhoria da qualificação, planejamento, monitoramento, acompanhamento e avaliação das ações com foco em dois fatores de risco nacionais: associação álcool e direção e velocidade excessiva e/ou inadequada e outros a níveis locais a depender dos resultados obtidos a partir das análises dos dados.
A redução das mortes também está diretamente relacionada às ações de fiscalização da Lei Seca, que neste ano completou 10 anos de vigência. Além de mudar os hábitos dos brasileiros, a lei trouxe maior rigor na punição e no bolso de quem a desobedece, com regras mais severas para quem mistura bebida com direção.
Gastos
No ano passado, os acidentes de trânsito causaram 35.036 internações nas capitais e Distrito Federal, um rombo de R$ 48 milhões nos cofres públicos. O número é menor do que o de 2016, onde os acidentes causaram 37.890 internações, ao custo de R$ 54 milhões de acordo com o levantamento.
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