Escola estadual vira celeiro de talentos na área científica

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Layssa Ferreira de Jesus Sanches, Ana Julia de Paula Melo, Monique Oliveira da Silva, Thailleny Dantas Rezende, Murilo Rocha da Silva e Eduarda Soares Vieira Ramos são alguns dos alunos que fazem parte do ‘Clube de Ciências da Escola Estadual Teotônio Vilela’, em Campo Grande. Iniciativa dos professores e alunos, o ‘Clube de Ciências’, com cinco anos de existência, conta com um vasto currículo com mais de dez projetos e 50 prêmios – sendo 22 conquistados no ano passado.

Quatro professores orientam os alunos no contra turno das aulas, mas os outros docentes também colaboram com os projetos. Vagner Cleber de Almeida (Biologia), por exemplo, coordena o estudo de Thailleny sobre os impactos da planta Leucena no cerrado. “Todos os projetos daqui já receberam prêmios”, lembra outro coordenador, o professor de Geografia Carlos Cesar Gonzales.

Jovens talentos encontram no’ Clube de Ciências’ uma forma de aprimorar os estudos e ingressar na área de pesquisa.

Um destaque é o viés sustentável das pesquisas. Aluna do 3º ano do ensino médio, Layssa está trabalhando em um aplicativo para smartphones que vai orientar à população sobre o plantio adequado de árvores. Ana Júlia e Monique, ambas do 9º, fazem uma pesquisa sobre a destinação do material descartado nas caçambas. Murilo e Eduarda, do 3º, criaram o Ecoboot: um robô feito com sucata e que coleta lixo.

O aplicativo de Layssa vai ajudar as pessoas a identificarem as espécies mais adequadas para arborização urbana, que não agridam a calçada e nem prejudiquem a fiação elétrica. Já o estudo de Monique e Ana Júlia é um alerta sobre a importância e atual inobservância das legislações ambientais sobre o descarte de lixo.

Murilo e Bruna conversam com professores Carlos e Vagner sobre Ecoboot – o robô ecológico

O Ecoboot também é um “puxão de orelha” de quem suja a cidade. O robô foi construído com materiais descartados pela própria escola como pedaços de madeira, gabinete de CPU, placa mãe e alguns periféricos, mas os alunos também precisaram tirar dinheiro do próprio bolso para construir o equipamento, movido à energia solar.

“Gastamos cerca de 900 reais, o que é muito pouco já que um robô similar custaria 1.250 dólares”, diz Murilo. “Desenvolvemos o Ecoboot para conscientizar as pessoas sobre o problema do lixo, mas para isso precisávamos criar um robô ambientalmente adequado”, acrescenta.

Bullying nas redes sociais

O ‘Clube de Ciências’ é um estímulo para o aprendizado dos alunos que discute e procura soluções para problemas reais da comunidade escolar. A professora de Matemática Keila Araújo Bento coordena três alunas em um estudo sobre cyberbullying. Ela usa a disciplina na tabulação dos dados coletados.

“É um problema social da escola e, por isso, resolvemos estudar o bullying. Fizemos questionários com alunos, pais e professores e concluímos que os pais não têm acesso total a tudo que os filhos estão expostos nas redes sociais como facebook, Instagram, Twitter, Whatsapp e Tumblr”, conta. Ela concluiu que a sociedade ainda não percebeu a dimensão do problema. “Vimos também que quem agride acha que é brincadeira e muitas vezes não tem noção do impacto disso”, afirmou.