Jovens do Rede Solidária conquistam visibilidade e espaço no mercado de trabalho pela dança

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Lutando contra o preconceito, as dificuldades do dia-a-dia, a falta de apoio e até mesmo a crítica da família, jovens que praticam a arte da dança no Programa Rede Solidária conquistam com muita garra e coragem um espaço no cenário profissional e no mercado de trabalho.

O Programa, desenvolvido pelo Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, e gerenciado pela Secretaria de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho (Sedhast), atende crianças e adolescentes com a prática da dança em diversas modalidades como street dance, danças urbanas, balé clássico, balé moderno e contemporâneo, danças africanas além de dança do ventre e zumba para o público adulto.  

“O Rede me proporcionou pela dança um crescimento profissional imenso por meio de workshops e cursos com dançarinos de renome como o do ‘Ballet Bolshoi’ onde tive a oportunidade de conhecer a técnica deles do balé contemporâneo ”, relata a bailarina Talia Rosa da Silva que iniciou a prática nas aulas básicas de dança no Rede Solidária e hoje é instrutora. “Mesmo com a família não atendendo no começo que eu queria me tornar profissional na dança, persisti e hoje estou próxima de conquistar meu primeiro emprego como instrutora em academias”, comemora a bailarina.

Buscando o mesmo reconhecimento e qualificação, o bailarino Flavio do Santos, de apenas 14 anos, relata que a dança teve papel importante na sua vida: “Sempre fui tímido e ficava muito em casa sozinho. Por incentivo da minha mãe comecei a dançar. Estou no Rede desde 2017, e hoje vejo como evoluí. Também quero me especializar, me aprimorar nessa arte e ser profissional”, conta o adolescente que em 2018 foi destaque da maior Mostra de dança do Estado, o Onça Pintada. “Consegui o primeiro lugar atuando em um grupo profissional, foi um momento muito importante que me mostrou como sou capaz e que estou no caminho certo”, destacou.

Além de ser inspiração para quem vê um espetáculo, a dança também inspira e transforma quem a pratica. Exemplo disso é o aluno Douglas Viana que hoje está na universidade graças ao afeto pela arte: “Comecei a dançar no Rede em 2016. Conheci o projeto por uma amiga e aos poucos aprendi a gostar da dança. Foi por meio deste amor que a vontade de fazer uma graduação na área surgiu”, conta o bailarino que cursa Artes Cênicas na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UFMS). “Mesmo passando por muitas situações de preconceito por ser homem e bailarino, o afeto pela dança me ajudou a passar por essas situações e chegar até aqui”, conclui Douglas.

Dança no Rede Solidária
As aulas de dança no Programa Rede Solidária estão disponíveis nas duas unidades do projeto nos bairros Noroeste e Dom Antonio Barbosa, em três turnos manhã, tarde, e à noite com as modalidades destinadas ao público adulto. A dança faz parte do Módulo ‘Educação, Cultura e Esporte’ do projeto e atende cerca de 120 alunos nas duas unidades.