Projeto de rádio nas escolas encanta alunos e conquista até quem não gostava de música

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Quase 100 anos depois da primeira transmissão no Brasil, em 1.922, o rádio segue como potente meio de comunicação e com grande apelo popular. Antes mesmo de se adaptar às modernas tecnologias, quando passou a ser disponibilizado pela internet e em outras plataformas, o equipamento já garantia a sua popularidade e chegava às escolas em forma de projeto curricular.

Em Campo Grande, na Escola de Autoria Estadual Waldemir da Silva Barros, na Moreninha I,  a rádio escolar já funciona há três anos. Lá, o projeto ganha cada vez mais amantes e as ondas eletromagnéticas atingiram até mesmo quem não gostava de música.

“Sempre ouvi rádio de madrugada. Tinha um radinho no meu quarto quando eu era novinha e gostava de ficar ouvindo. Eu não tinha celular nessa época e nem os celulares davam acesso às rádios. Eu adoro ouvir música e acho incrível a forma como o rádio proporciona isso”, diz a estudante Hayunne Galvão, 16 anos, aluna do 3° ano, uma das integrantes do projeto da rádio.

Na contramão dos colegas de escola, Thiago Mendonça, 17 anos, nunca foi fã de música e por isso também não havia interesse algum pelo objeto. “Eu não gostava de música. Não sei explicar porquê. Acabei entrando no projeto por causa da locução. Hoje, eu adoro música e adoro rádio. O projeto me influenciou demais”, diz ele.

Hayunne Galvão, 16 anos.

Thiago Mendonça, 17 anos.

Caio de Souza, 17 anos.

Nas escolas integrais, chamadas em Mato Grosso do Sul como Escolas de Autoria, a rádio garante aos alunos entretenimento no intervalo para almoço, que dura mais de uma hora. Já nas escola de apenas um turno as músicas acabam sendo liberadas entre uma aula e outra, mas sempre com o aval da direção. Aberta a todos os estudantes, a rádio vai além das notas musicais e completa a sua programação com entrevistas e notícias.

Do envolvimento rotineiro na escola, nasce o interesse na carreira. Foi assim com Caio Vinícius Nogueira de Souza, 17 anos, também aluno do 3°ano. Participando do projeto há três anos, ele já pensa em ser produtor musical. “Com certeza o projeto influencia nas nossas decisões. Eu penso em seguir carreira como produtor musical”, revela o jovem.

Davi Mateus adora curtir as programações da rádio da escola.

As rádios escolares, além de diversão, possuem também regras bem definidas e que são respeitadas por todos. Músicas com palavras de baixo calão ou que contenham letras de sexo explícito estão proibidas, diz a aluna Hayunne. A partir daí, o que os alunos e professores irão ouvir, vai depender do gosto musical do locutor. “Eu sempre coloco só as músicas que eu gosto porque eu quero que as pessoas escutem para conhecerem, mas também para gostarem”, conta a estudante.

Na escola Waldemir Barros o som eclético oferece aos alunos a chance de ouvir desde Beatles, Elvis até Cazuza, flash back e anos 80, por exemplo. “Escuto vários gêneros e coloco todos eles na rádio”, confirma.

Para os alunos que não participam do projeto, a aprovação é certa. “Nós adoramos. Com a rádio temos um tempo livre dos estudos. Uma música no fundo ajuda a esvaziar a cabeça. A gente inclusive pede música. As caixas de som ficam na sala de aula e também no pátio central. Todo mundo ouve. E é bem legal porque muitas vezes a rádio toca uma música ao invés do sino”, conta o estudante do 3° ano, Davi Mateus, 17 anos.

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