Trilhas de MS: conheça os melhores lugares para se aventurar no contato com a natureza

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Esquecer a correria diária e se aventurar na natureza foram as motivações da servidora pública estadual Eli Sandra da Silva Francisco, de 37 anos, para colocar uma mochila nas costas e fazer sua primeira trilha, há dois anos. Desde então, ela mensalmente se aventura em um novo roteiro, em uma das inúmeras trilhas existentes em Mato Grosso do Sul. Aos aventureiros, o Estado oferece diversas rotas terrestres que conectam belezas naturais como rios, serras e cachoeiras e podem ser percorridas a pé, de bicicleta e ao melhor estilo off road.

Eli e a filha Nicole, companheira nas caminhadas por pontos turísticos do Estado.

Com diferentes graus de dificuldade, elas podem ser encontradas na Capital – onde há pelo menos três trajetos ativos – e nos municípios de Sidrolândia, Rio Negro, São Gabriel do Oeste e no distrito de Piraputanga, em Aquidauana.

Há desde opções de percursos para iniciantes que querem somente caminhar e tomar um banho de rio aos mais radicais que incluem rapel, escalada, ciclismo de montanha e outras atividades do turismo de aventura.

“Minha primeira trilha foi a da Usina Abandonada, em Campo Grande. Hoje isso é mais que um hobby, posso dizer que se tornou um estilo de vida”, conta Eli Sandra – que trabalha como coordenadora de incentivos fiscais na Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro).

No Morro do Ernesto, situado a 20 quilômetros da Capital, a caminhada de oito quilômetros recompensa com uma vista privilegiada; ao longo do trajeto, uma cachoeira e duas corredeiras ajudam a aliviar o calor e cansaço.

Nos últimos dois anos, ela percorreu as principais rotas no Estado, se aventurou na Bolívia e até no deserto. Hoje a filha Nicole, de 13 anos, a acompanha nas aventuras. “Quando você vai para uma trilha nova não sabe o que vai encontrar. Por isso esquece todo o resto e se concentra naquilo. É o que me descansa a mente. E é importante lembrar que só faz bem, não existe limitação, qualquer pessoa que desejar esse contato com a natureza consegue”, conta.

Trilha em MS com pôr-do-sol deslumbrante.

Além de trilhas com diferentes níveis de dificuldade, MS possui rotas que abrigam sítios arqueológicos, belezas históricas e culturais, que se somam ao grande potencial de ecoturismo de inúmeros municípios.

A maioria parte das trilhas conta com cursos de água em seu trajeto e muitas oferecem o bônus de várias cachoeiras. A oportunidade de se refrescar no meio do passeio auxilia principalmente aqueles que não possuem condicionamento físico para longas caminhadas.

Selecionamos algumas das melhores opções de trilhas no Estado:

Trilha da Usina Abandonada (Campo Grande) – Apontada como a mais indicada para iniciantes, possui cerca de cinco quilômetros de extensão e quatro cachoeiras. Além do contato com a natureza tem valor histórico, pois abriga as usinas da primeira usina hidrelétrica da Capital. A trilha inclui escalada e travessia do Córrego Ceroula. 

Inferninho (Campo Grande) – Apesar do nome pouco atrativo, o local possui uma bela cachoeira com cerca de 30 metros de altura utilizada para a prática de rapel. Aberto à visitação, mas sem infraestrutura.      

Morro do Ernesto (Campo Grande) – Situado na Fazenda Córrego Limpo, propriedade privada a 20 quilômetros Capital, o local é aberto à visitação mediante pagamento de uma pequena taxa. O trajeto é de 8km passando por uma cachoeira de quatro metros e duas corredeiras. O trajeto pode ser feito a pé ou bicicleta e o diferencial é a permissão para animais de estimação participarem do passeio.

Trilha da Conquista (Sidrolândia) – Distante 40 km de Campo Grande, o trajeto é de 4,5 km em meio à mata nativa onde existem duas nascentes. O passeio passa por uma cachoeira de dois metros e termina com duas corredeiras.

Trilha da Pintura Rupestre (Rio Negro) – Temporariamente desativada, possui cerca de 10 quilômetros incluindo ida e volta e abriga um sítio arqueológico. Situada em propriedade privada, oferece opção de rapel na cachoeira Rio do Peixe.

Trilha do Los Pagos (São Gabriel do Oeste) – Com uma cachoeira de 70 metros em propriedade particular, tem fácil acesso e é um dos pontos turísticos mais visitados do município.

Trilha do Córrego Rico (Rio Negro) – Com caminhada sobre pedras, apresenta nível de dificuldade médio por exigir equilíbrio. Também exige conhecimento prévio do local devido ao risco de enchente repentina. Mas tomados os devidos cuidados, recompensa os visitantes com duas cachoeiras sobrepostas e um pequeno cânion de um quilômetro.

Caminho das Antas (Piraputanga) – Trilha contemplativa sobre um dos morros da Serra de Maracaju.

Trilha dos Mirantes (Piraputanga) – Situada em uma propriedade rural chamada Chácara dos Mirantes, possui sítio arqueológico e trilha com acesso a quatro mirantes, além de outras trilhas secundárias.

Morro do Paxixi (Piraputanga) – Com acesso pela Estrada Parque de Piraputanga, a trilha leva a vários mirantes e em sua maior parte oferece opção de acesso com motocicleta.

Segurança

Acompanhado por profissional em trilha, grupo aproveita cachoeira na Capital.

Vale lembrar que planejamento é essencial para garantir a segurança nos passeios que devem, sempre que possível, incluir a presença de um profissional no esporte. Os cuidados necessários começam na preparação com a vestimenta adequada (calças compridas, tecidos leves e tênis), passando pelos equipamentos de segurança (lanternas, cordas e até antialérgicos em alguns casos) e a presença de alguém com conhecimento prévio do local.

“Temos uma grande preocupação em evitar a exposição dos clientes ao perigo. Quando a trilha tem um trajeto de risco muito acentuado, normalmente fazemos outra rota”, explica Gustavo de Castela Andrade, de 27 anos, que atua no turismo de aventura do Estado.

Mensalmente, Gustavo atende cerca de cem pessoas que procuram por atividades de trilha com rapel. O número de participantes é sempre limitado. 

“Levamos as pessoas para conhecerem com a intenção de preservar e para contemplar a natureza. Quando vai um grupo grande perde essa finalidade. E também não podemos expor os locais a uma quantidade exorbitante de pessoas para não prejudicar o manejo”, ressalta, sobre a preocupação dos profissionais em proporcionar interação sempre preservando os atrativos naturais do Estado.

1 COMENTÁRIO

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