Espetáculo ‘Pelega e Porca Prenha’ será apresentado em EMEI na região periférica da Capital

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O projeto Ubu Trans Erê realiza mais uma etapa de sua circulação com o espetáculo “Pelega e Porca Prenha”, desta vez na Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Engenheiro Valdemir Correa de Resende, localizada no Jardim Canguru. O evento acontece nesta sexta-feira (8), às 15h, e promete proporcionar uma experiência única de arte, cultura popular e troca de saberes com a comunidade local.

A escolha da EMEI como espaço para a apresentação se deu pela localização estratégica da escola, que está situada em um bairro periférico de Campo Grande. Segundo a produção do projeto, levar arte e cultura para crianças que convivem com essa realidade desafiadora é uma maneira de oferecer esperança, amor e possibilidades. “A gente acredita que, por meio da arte e da cultura, podemos trazer um pouco de alívio, de esperança e até mesmo maneiras diferentes de ver e viver a vida”, reflete Douglas Moreira, um dos atores do espetáculo.

Os professores da escola, conhecidos pela dedicação em transformar a realidade da comunidade, também abraçaram a iniciativa, reafirmando o potencial transformador das ações culturais. “Nós ficamos muito emocionados em poder receber o projeto Ubu Trans Erê aqui na escola. As crianças dessa comunidade enfrentam desafios diários, e trazer um espetáculo de teatro profissional até elas é uma oportunidade única de apresentar novas formas de ver e viver o mundo. Acreditamos que, por meio da arte e da cultura, podemos semear esperança, alegria e um sentimento de pertencimento. Ver o brilho nos olhos delas durante as apresentações e participar dessa experiência coletiva é algo que reforça a importância de iniciativas como essa, que fazem a diferença na vida de cada criança”, afirma Fabi Rodrigues, diretora da escola.

Além disso, a EMEI atende a um público diversificado, incluindo crianças negras e indígenas, alinhando-se diretamente ao propósito do projeto de contemplar essas comunidades. “Mesmo estando em um ambiente tão marcado por dificuldades, conseguimos falar de amor e de cultura popular, contribuindo para a formação de identidades e oferecendo novas perspectivas”, acrescenta Douglas.

O desafio de levar o espetáculo para diferentes comunidades periféricas e quilombolas não foi pequeno. “A produção tem muitos percalços, mas o resultado final, com a plateia, o contato, e a arte acontecendo, é o que faz tudo valer a pena. Esses momentos de troca, especialmente nas rodas de conversa e brincadeiras, são inesquecíveis”, relata o ator, destacando a importância dessas interações.

O projeto, que circula por quilombos, aldeias urbanas e periferias, também oferece uma estabilidade rara para os artistas. “Foi muito significativo para nós, como profissionais de uma área tão instável, saber que teríamos um ano garantido de apresentações remuneradas. Esse trabalho audacioso permitiu que o teatro chegasse a muitas pessoas que nunca haviam tido acesso a um espetáculo profissional”, ressalta Douglas, que expressa gratidão à FUNARTE por apoiar a iniciativa. Com um ano de apresentações gratificantes, a equipe do Ubu Trans Erê espera continuar o trabalho em uma possível segunda fase no próximo ano, levando arte e cultura para ainda mais comunidades que necessitam dessa vivência transformadora