Projeto “Capoeira, Cultura e Memória” promove inclusão e sustentabilidade em Campo Grande

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O projeto “Capoeira, Cultura e Memória”, idealizado pela professora e capoeirista Priscila Coutinho, do grupo Memória Capoeira está em plena atividade em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, e traz uma proposta inovadora que combina práticas de capoeira, preservação da memória cultural e sustentabilidade. Com diversas oficinas e eventos programados ao longo do ano, o projeto visa engajar a comunidade, promover a inclusão social e fortalecer o conhecimento cultural entre crianças, jovens e adultos.

Priscila Coutinho, a professora e proponente do projeto, compartilha sua motivação e visão para a iniciativa: “Quando conquistei a corda preta, comecei a ministrar aulas de capoeira na minha comunidade. Vi na capoeira não apenas uma luta ou jogo, mas uma ferramenta pedagógica rica, capaz de romper barreiras e limitações, agregando benefícios físicos, sociais, psicológicos e cognitivos. Através do método ‘Vem pra Roda, Vem Brincar’, buscamos resgatar movimentos naturais e promover o desenvolvimento integral das crianças, num contexto lúdico e inclusivo.”

A capoeira, segundo Priscila, é um território laico e inclusivo, que celebra a diversidade e promove o respeito mútuo. “A capoeira é puramente inclusiva. Todos são iguais, se cumprimentam no início e no fim do jogo, e essa interação é fundamental. Nosso objetivo é desmistificar preconceitos e mostrar que a capoeira pode ser uma grande brincadeira educativa e transformadora,” explica Priscila.

O projeto também se destaca pelo uso de materiais sustentáveis nas oficinas, promovendo a conscientização ambiental e a criatividade. A artista sonora e professora de percussão, Mariana Cabral, que ministra oficinas de percussão sustentável, enfatiza a importância desta prática: “A percussão sustentável é uma forma de reciclar e ressignificar materiais, criando instrumentos a partir de itens que seriam descartados. Isso não só desenvolve a criatividade das crianças, mas também promove a consciência ambiental e a inclusão social. A sustentabilidade é uma linguagem que ajuda no desenvolvimento criativo e educacional,” afirma Mariana.

O projeto tem atraído atenção e participação significativa da comunidade local, e está programado para continuar com uma série de oficinas e eventos ao longo do ano. Em novembro, será realizado um grande evento com a participação de mestres renomados de capoeira, como o Mestre Celso de Carvalho e o Mestre Jagunço, que compartilharão suas experiências e conhecimentos.

Priscila Coutinho destaca a importância deste intercâmbio: “Ter a presença de mestres como Celso de Carvalho é fundamental para a valorização da nossa cultura e história. Esses encontros fortalecem a capoeira e promovem um aprendizado contínuo, tanto para os praticantes quanto para a comunidade.”

O projeto “Capoeira, Cultura e Memória” é uma iniciativa que celebra a tradição, promove a inclusão e sustenta a consciência ambiental, transformando vidas e fortalecendo a comunidade através da capoeira e da cultura. Ele foi contemplado pelo FIC (Fundo de Investimentos Culturais), edital desenvolvido pela FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul), por meio do Governo do Estado.

Além da oficina de percussão, neste mês ainda haverá: Encontro de Educadores com professora de capoeira Pindorama criadora do método “Vem pra Roda Vem Brincar”; Cine Memória – classificação livre – filme em animação; 8° Troca de Graduação Escola de Capoeira Grupo Memória.

Nos 5 primeiro meses deste ano já aconteceram Cine Memória, workshop sabão sustentável com artesão, oficina de trançagem de caxixi com garrafas Pet, oficina de Capoeira Angola Mestre Denilson, de São Paulo, 1° Piquenique  Brincantes, entre diversas outras ações. No decorrer do ano ainda haverão muitas outras ações do projeto “Capoeira, Cultura e Memória”.

Mais informações sobre o projeto pelo instagram.com/pindorama.memoriacapoeira/ A sede do grupo Memória Capoeira fica na rua Barão de Campinas, 1944, Jardim das Mansões.

História

A trajetória do Grupo Memória Capoeira em Campo Grande teve início em 2015 e desde então desenvolve um trabalho que integra o ensino da capoeira com outras áreas de conhecimentos, como o esporte, cultura, arte e a música dentre outras vertentes. Realiza curso de formação continuada de capoeira, oficinas, encontros, eventos e est e mês haverá a 8° edição de Troca de Graduação. 

Atualmente o grupo é composto por 25 integrantes e possui um repertório que se destaca pela diversidade composto por roda de capoeira tradicional, a expressão da dança do Maculelê, a encenação da “Puxada de rede” – manifestação tradicional e popular do folclore brasileiro nas aberturas das rodas de capoeira -, dando uma característica artística diferenciada das demais rodas.

Na musicalidade o grupo criou composições e cantigas inéditas que valorizam a cultura regional, a ancestralidade e implementou a temática sustentável na prática dentro dos treinos e na concepção estética da apresentação da roda.