Operação Mute é realizada em presídio da fronteira

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Com objetivo de identificar e retirar celulares como forma de combater a comunicação ilícita, a Unidade Penal Ricardo Brandão, em Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai, está recebendo, nesta sexta-feira (15), a 2ª Fase da Operação Mute, promovida pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais), em todo o país.

A 2ª Fase Mute está sendo realizada em todos estados desde a última segunda-feira. Em Mato Grosso do Sul, os trabalhos são coordenados pela Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), por meio da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) e sua Gisp (Gerência de Inteligência do Sistema Penitenciário). Também foram vistoriadas unidades prisionais de Campo Grande, Dourados, Corumbá e Três Lagoas.

Em Ponta Porã, o pente-fino teve início às 7h55, e conta com a participação de policiais penais do COPE (Comando de Operações Penitenciárias) que atuam na retirada e contenção dos internos, enquanto as revistas são realizadas por policiais penais da unidade.

A operação inédita é a maior realizada pela Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais) no contexto de combate ao crime organizado, pelo número de estados participantes, quantidade de policiais penais estaduais e federais envolvidos e unidades prisionais estaduais.

“Essas comunicações proibidas configuram um problema nacional com sérios impactos sociais, psicológicos e econômicos. Por isso, a Senappen está dedicando esforços juntamente com as administrações penitenciárias dos estados e do Distrito Federal para o desenvolvimento de ações que fortaleçam o sistema penal, bem como ações para combater todas formas de ilícitos”, destaca o secretário Nacional de Políticas Penais, Rafael Velasco, sobre os celulares no crime.

O diretor-presidente da Agepen, Rodrigo Rossi Maiorchini, reforça que, além da integração com essa operação nacional, a instituição tem realizado constantemente inspeções para este sentido, bem como implantação de tecnologia na revista de visitantes e monitoração constante para coibir e punir casos de corrupção.

Um dos principais problemas enfrentados são os arremessos externos de ilícitos. Nesse sentido, a próxima fase da Operação Mute, conduzida pela Senappen, será o telamento superior de todos os presídios, o que vai ajudar a impedir a entrada de ilícitos por drones e arremessos e, assim, contribuir com o objetivo do sistema prisional de Mato Grosso do Sul que é zerar as comunicações ilícitas nas unidades prisionais.

Primeira Fase

Em Mato Grosso do Sul, a primeira fase da Operação Mute ocorreu em outubro, resultando na apreensão de 187 celulares, com vistorias em sete presídios da capital e interior, com a participação de 161 policiais penais, sob coordenação da Gisp e Diretoria de Operações da Agepen. Durante a ação, foram transferidos 16 internos.

Conforme a Senappen, no país, foram apreendidos 1.166 aparelhos celulares, um revólver, armas brancas e substâncias análogas a entorpecentes. A revista geral ocorreu em 68 penitenciárias, de 26 estados. Ao todo, foram movimentados 55.919 presos.

“Lembramos o grande potencial que cada celular apreendido significa no enfraquecimento das redes de atuação do crime organizado, uma vez que essa comunicação externa é vital à manutenção da cadeia de comando das facções. Então, quando nós apreendemos, num período curto, 1.166 celulares, isso significa que também é uma diretriz perene, permanente”, afirma o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, sobre a Operação Mute.