Em Mato Grosso do Sul, somente nos primeiros oito meses de 2023, o Programa Criança Feliz, com foco na primeira infância, já realizou mais de 106 mil visitas. Os dados, atualizados pela Sead (Secretaria de Estado de Assistência Social e dos Direitos Humanos), nesta sexta-feira (1°), mostram também que 190 visitadores estão ativos nos 31 municípios com adesão ao programa no estado.
Ainda nesta semana a Sead promoveu debate sobre o tema, durante Seminário Estadual “A Importância do Investimento na Primeira Infância – A Hora é Agora!”. Na oportunidade a titular da Sead, Patrícia Cozzolino, reforçou em sua fala a importância da intersetorialiedade das ações com prestigio e reforço aos programas como o Criança Feliz na jornada de proteção da primeira infância. “Estivemos em Brasília e reforçamos essa necessidade de visitação e fortalecimento de programas voltados a primeira infância”, disse.
O Criança Feliz leva orientações sobre o desenvolvimento das crianças de até três anos inseridas no Cadastro Único para programas sociais do governo federal e de até seis anos que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Por meio de visitas domiciliares, o programa promove apoio às gestantes na preparação para o nascimento da criança, estímulo ao desenvolvimento infantil com atividades lúdicas e, principalmente, fortalecimento do vínculo afetivo entre a criança e familiares.
Para Alessandra Nery, coordenadora da Proteção Social Básica da Sead, o seminário atingiu o objetivo, com agenda técnica e a participação de mais de 250 pessoas, dentre gestores, coordenadores, supervisores, visitadores. “Contamos também com a participação com técnicos dos CRAS (Centro de Referência da Assistência Social) e palestra magna que marcou nosso evento por meio de parceria que trouxe a importância para os programas da primeira infância. O percurso histórico da gestão estadual também pode ser apresentado. O seminário também abriu portas para novas parcerias”, destacou a coordenadora.
Assessora técnica no Ministério do Desenvolvimento Social, Rosa Maria de Souza, parabenizou Mato Grosso do Sul pela iniciativa com foco na primeira infância. “A primeira infância é primordial. Se nós atuarmos, nas políticas afetas a essa área, nós estaremos amenizando muitas das situações que aquela criança pode passar ao longo do seu processo de vida. Não é à toa que as ações são trabalhadas de forma intersetorial, com educação e saúde, por exemplo. O estado está de parabéns pela promoção desse momento junto as equipes de referência do programa”.
Debora Paulino, defensora pública do Nudeca (Núcleo Institucional de promoção e defesa dos direitos da Criança e do Adolescente) pontuou que os direitos da criança, do adolescente, do jovem estão diretamente relacionados aos cuidados da primeira infância, assim como Maria Capilé, conselheira do CEAS (Conselho Estadual de Assistência Social), que destacou o direito que a criança tem de ser cuidada e protegida.
O Seminário também reuniu secretários municipais, representantes do Poder Judiciário e de diversas políticas públicas em uma ampla discussão sobre a primeira infância.
O que é a primeira infância?
A primeira infância é o período que vai desde a concepção do bebê até os 6 anos de idade, conforme informações do Ministério da Saúde. Pesquisas têm demonstrado que essa fase é extremamente sensível para o desenvolvimento do ser humano, pois é quando ele forma toda a sua estrutura emocional e afetiva e desenvolve áreas fundamentais do cérebro relacionadas à personalidade, ao caráter e à capacidade de aprendizado. A ciência tem comprovado que as experiências vividas na Primeira Infância, desde o período de gestação, influenciam diretamente na formação do adulto que a criança será no futuro. Essa fase é uma janela de oportunidades para que o indivíduo desenvolva todo o seu potencial. Nos primeiros anos de vida, a arquitetura do cérebro começa a se formar.