O ensino e a prática das tecnologias digitais estão cada vez mais acessíveis para os alunos das Rede Municipal de Ensino (Reme). Uma das novidades neste semestre está relacionada a aprendizagem de robótica, que é voltada aos alunos do ensino fundamental – do 5° até o 9° ano -, cumprindo assim a meta do plano de governo da gestão atual, voltada a implantação de laboratório maker-robótica.
As aulas do “Projeto de Programação Robótica: ferramenta de inclusão tecnológica” são possíveis por meio de parceria entre a Secretaria Municipal de Educação (Semed) e a Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). “A troca dessa parceria é oferecer o espaço para que os acadêmicos ensinem os alunos das escolas municipais a aplicação dos conceitos matemáticos apresentados em sala de aula em situações tecnológicas práticas. Além do conhecimento técnico, o projeto também explora as habilidades socioemocionais, como o trabalho em equipe, permitindo um crescimento intelectual e pessoal do aluno”, explicou o técnico da Divisão de Tecnologia Educacional (DITEC), Rodolfo Alves dos Santos.
A parte prática do projeto, com aula semanal na universidade oferecida pelos acadêmicos que atuam na área de tecnologia, teve início no mês de setembro. “Sempre fui interessado por tecnologias, mas na escola tive pouquíssimo contato com a área, então foi através da curiosidade que comecei a me aprofundar no assunto. Desenvolvi a paixão pela robótica na faculdade e tem sido um prazer lecionar para os alunos da escola pública, certamente renderá muitos frutos”, afirmou Lucas Pascoal Moraes, acadêmico do 4º semestre de Engenharia da Computação.
A cada aprendizado os alunos da Reme podem aplicar a programação que aprenderam na tela do computador utilizando o programa “Open Roberta”, direcionando os robôs a diversos comandos como andar pra frente e para trás, virar ou empurrar. Os robôs são montados por meio de kits Lego (EV3 e NXT), específicos para atuar na programação robótica. “Eu sempre me identifiquei com a área da tecnologia. Eu amo passar o meu tempo livre aprendendo coisas novas e este projeto me oferece isso”, disse a aluna Wyrlayanna Rodrigues, do 5º ano, da EM Professor Licurgo de Oliveira Bastos.
“O projeto é uma parceria da UCDB com a Prefeitura de Campo Grande e visa ensinar programação e robótica com ênfase em problemas visíveis, em que os alunos possam aplicar conceitos de matemática e física. O projeto surgiu com o intuito da participação nas Olimpíadas Brasileira de Robótica e posteriormente tomou a proporção de realizar essa inovação tecnológica. Na universidade, já formamos alguns que participaram deste projeto. Alunos que passaram por aqui, se encantaram e optaram por essa profissão”, explicou a coordenadora do projeto na universidade, Ana Karina Vieira Silva.
Oportunidade
Atualmente o projeto atende alunos de sete escolas da Reme, mas existe a possibilidade de expansão da parceria para o próximo ano letivo. Os pais e os estudantes que participam das aulas, garantem que a oportunidade é única para aprender e se desenvolver na área da tecnologia. “Meu pai trabalha com programação e sempre foi uma inspiração para mim. Eu também sempre fui curioso e gosto muito de matemática. Quando surgiu a oportunidade de participar eu pensei: “Chegou a minha hora de aprender um pouco mais do que eu gosto”. Ainda não sei ao certo o que quero fazer quando crescer, mas acho que será alguma coisa como cientista ou professor”, disse o aluno Jean Lucca Woida, do 6º ano, da EM Padre Anchieta.
A mãe do Jean, Ticiana Woida busca sempre incentiva-lo e fica orgulhosa pela determinação do filho. “Ele sempre gostou desta área. O pai e o irmão trabalham com informática e ele sempre observava, questionava, gostava de aprender sobre como fazer jogos. Quando surgiu a oportunidade, ele não perdeu tempo e pediu à coordenadora que deixasse ele participar. Eu fico muito orgulhosa, pois sei que a área da tecnologia, é a área do futuro e pode permitir excelentes oportunidades”, avalia.
O projeto envolve também alunos público-alvo da educação especial. “Surgiu a oportunidade do Mateus participar do projeto e nós achamos muito interessante, pois a área da informática sempre foi a preferida dele. Ele tem autismo, mas por fazer as terapias, está acostumado com a vida externa, fora da escola. Está tendo uma excelente aceitação”, explicou Alex de Oliveira Chaves, que acompanha o filho Mateus Gonçalves Chaves, do 6º ano da EM Advogado Demóstenes Martins.