Área queimada tem redução drástica em todos os biomas, mas situação no Pantanal ainda preocupa

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Todos os indicadores do monitoramento de incêndios florestais tiveram redução drástica no ano, conforme mostra Boletim elaborado em conjunto pelas equipes do CEMTEC/MS (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima) e do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul. A área queimada em todos os biomas caiu de forma significativa. No bioma Cerrado, por exemplo, a área queimada entre janeiro e setembro do ano passado foi de 1.475.320 hectares e no mesmo período desse ano ficou em 244.300/ha, redução de 83,44%.

No bioma Pantanal a área queimada também apresentou queda acentuada: de 570.225/ha em 2021 para 221.225/ha nesse ano, 61,20% a menos. No bioma Mata Atlântica – o menor em extensão no Estado – não há dados disponíveis sobre área queimada. O número de focos de calor também reduziu consideravelmente em todos os biomas: -64,09% no Cerrado, -58,71% no Pantanal e -53,28% na Mata Atlântica. O foco de calor pode não ter, necessariamente, a presença de fogo. É um dado capturado pelos satélites de monitoramento cujos sensores registram temperaturas acima de 47°C.

Acompanhando a queda nos indicadores, houve redução também no número de ocorrências de incêndios florestais atendidas pelo Corpo de Bombeiros nesse ano, em relação com o mesmo período do ano passado. Enquanto entre janeiro a setembro de 2021 os bombeiros atenderam 5.387 ocorrências, no mesmo período desse ano foram feitos 3.419 atendimentos, redução de 36,65%.

De todos os focos de calor detectados no Pantanal, 95% estão localizados em três municípios: Corumbá (62,3%), Porto Murtinho (20,1%) e Aquidauana (12,3%), conforme dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Equipes do Corpo de Bombeiros estão atuando na região desde o dia 28 de maio. Já foi empregado um efetivo de 505 bombeiros e bombeiras militares nas ações de prevenção e combate aos incêndios florestais no Estado, nesse ano.

Apesar dos números favoráveis, o CEMTEC/MS alerta para a situação de estiagem com temperaturas elevadas para o Pantanal nos próximos 15 dias, com destaque para os dias 7 a 9 setembro, que tem previsão de temperaturas máximas entre 35 e 39°C. Já a umidade relativa do ar deve ficar baixa neste período, com índices entre 20 e 30%. É uma combinação ideal das condições meteorológicas para o início ou agravamento dos incêndios florestais. Também há risco de fogo “alto” a “crítico” nas regiões Sudoeste, Bolsão e Norte do Estado para o dia 9 de setembro de 2022. Já no Extremo-Sul do Estado, o risco de fogo é “mínimo”.

Dois fatores contribuíram diretamente para esse resultado, conforme o tenente coronel Leonardo Rodrigues Congro, assessor Bombeiro Militar na Semagro. Além do mês de agosto ter sido atípico, com acumulados de chuva acima da média histórica, inclusive com mais chuvas previstas para amanhã (6) em todo Estado, ele destaca a implantação do Plano de Manejo de Fogo ocorrida no passado, que permitiu ao Corpo de Bombeiros trabalhar com uma maior presença de bombeiros militares no bioma Pantanal, agindo em diversas frentes não só no combate, mas também nas ações de prevenção que são necessárias para a conscientização da população local.

O Plano Estadual de Manejo do Fogo criou ferramentas a todos os interessados para adoção de medidas contínuas com objetivo de reduzir a ocorrência e a propagação dos incêndios florestais, bem como seus impactos negativos. Podem realizar as ações de prevenção com uso do fogo, desde que atendam alguns requisitos: apresentar Formulário de Atendimento Técnico ao Serviço de Prevenção contra Incêndios do Corpo de Bombeiros Militar mais próximo, contendo mapa geral da propriedade, atestado de conformidade técnica, plano de trabalho incluindo informações de pessoal e equipamentos envolvidos. Após análise e estando tudo em conformidade, o Corpo de Bombeiros agenda e acompanha a queima controlada.

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