Campanha 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra mulheres começa hoje

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“O acolhimento que recebi foi o que disparou em mim a força para acreditar que sou capaz […] Aplausos a essas mulheres profissionais e meus profundos agradecimentos”, disse Sonia, de 52 anos, profissional, mãe, dona-de-casa, que foi vítima de violência e atendida na Casa da Mulher Brasileira.

“Vivíamos de fazenda em fazenda, em vários municípios, às vezes em algumas cidades, não tínhamos paradeiro certo. Sofri muito até ter coragem de pedir ajuda […] as pessoas falavam que não ia adiantar. Muito importante o atendimento que recebi para minha vida”, Marilde, de 49 anos, ajudante de cozinha.

Por mais relatos como o de Sônia e Marilde, que mesmo em meio a tantas dores, conseguiram forças para mudar, começa nesta quinta-feira (25) e vai até 10 de dezembro mais uma edição da “Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres”. A campanha acontece em diversos países e é realizada anualmente desde 1991.

No Brasil, a campanha começou a ser realizada em 2003 e se inicia um pouco antes, no dia 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra, com o objetivo de dar visibilidade para a situação das mulheres negras que, além da violência de gênero sofrem a violência racial.

A campanha é uma estratégia de mobilização da sociedade, por meio de organizações e instituições que desenvolvem ações coordenadas visando à sensibilização, conscientização e o engajamento na prevenção e na eliminação de todas as formas de discriminação e violência contra mulheres e meninas.

Neste ano, a Subsecretaria de Políticas para a Mulher, com o apoio da Prefeitura Municipal de Campo Grande, quer chamar a atenção para a importância da participação dos homens no enfrentamento a todas as formas de violência, enfatizando a promoção de atitudes de RESPEITO e NÃO-VIOLÊNCIA. Para isso, no dia 6 de dezembro, dia do Laço Branco, haverá uma Marcha de Homens pelo Fim da Violência contra a Mulher. O evento acontece dia 6 de dezembro, com concentração às 10 horas, no Paço Municipal.

Ao longo do ano, a Subsecretaria de Políticas para a Mulher promove diversas ações de promoção da igualdade, de prevenção e enfrentamento a todas as formas de discriminação e violência contra as mulheres. As ações têm como foco a promoção da autonomia e empoderamento das mulheres, a prevenção e o atendimento às mulheres em situação de violência.

Dentre as ações promovidas destacam-se palestras, rodas de conversa e oficinas em escolas, empresas, igrejas, associações, universidades com o objetivo de divulgar os serviços e promover a igualdade de gênero.

Outra preocupação é a constante capacitação de servidoras e servidores da PMCG para o atendimento humanizado e especializado às mulheres e para os encaminhamentos adequados à rede de atendimento. No caso, a Casa da Mulher Brasileira, que sob gestão da Semu, reúne os mais diversos serviços para auxiliar a mulher em situação de violência.

Para se ter uma ideia de janeiro a outubro de 2020 foram realizados 10.446 atendimentos na recepção da Casa da Mulher Brasileira e em 2021, em igual período, 10.065. Somente de atendimento psicossocial foram 14.196 em 20520 e 217.216 em 2021. Outro dado importante foi o número de boletins de ocorrência feitos no período. Em 2020 foram 5.998 de janeiro a outubro e em 2021, 6.513.

A subsecretária de políticas públicas para as mulheres, Carla Stephanini, explica que a CMB integra no mesmo espaço físico, os principais serviços especializados de atendimento às mulheres e funciona 24 horas por dia, durante os sete dias da semana e que além disso, os servidores e servidoras, são constantemente capacitados para prestar um atendimento humanizado às vítimas de violência.

“A mulher chega aqui fragilizada, com a autoestima lá embaixo, e enfrentou muitos obstáculos para vir aqui e denunciar, por isso, a nossa preocupação é constante é acolher e dar todo o suporte que a mulher precisa”, explica.

Além disso, a Subsecretaria desenvolve cursos de qualificação profissional e geração de renda para as mulheres, e está formando equipe para atuar na ressocialização do homem agressor com grupos reflexivos e muitas outras atividades.

Destaque neste ano para a revisão e atualização do Plano Municipal de Políticas para as Mulheres, bem como a criação do Fórum da Paridade Institucional de Mulheres. Já para 2022, a campanha para prevenção de assédio no transporte coletivo: em parceria com a Defensoria Pública e o Consórcio Guaicurus volta com tudo.

Datas consideradas marcos históricos na mobilização dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres são:

  •  25 de novembro: Dia Internacional da Não-Violência contra as Mulheres
  • 1º de dezembro: Dia Mundial de Combate à AIDS
  • 6 de dezembro: Dia Internacional do Laço Branco: homens pelo fim da violência contra as mulheres
  • 10 de dezembro: Dia Internacional dos Direitos Humanos

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