Pfizer apresenta taxa de eficácia de 91,3% contra o coronavírus

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A primeira remessa de um milhão de vacinas da Pfizer chegou ao Brasil nesta quinta-feira (29). O lote será distribuído somente nas capitais por questões de armazenamento. A vacina produzida pela farmacêutica norte-americana Pfizer, em parceria com a empresa alemã BioNTech, conta com um esquema de duas doses e já foi aprovada em 83 países.

No dia 23 de fevereiro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu o registro definitivo da vacina no Brasil, que permite que o imunizante seja comercializado, distribuído e utilizado pela população, tendo sido avaliado a partir de dados robustos dos estudos de qualidade, eficácia e segurança. Saiba mais:

Como funciona a vacina da Pfizer

A vacina Pfizer/BioNTech utiliza a tecnologia de RNA mensageiro (mRNA). O material genético sintético, que carrega o código genético do SARS-CoV-2, estimula o organismo a gerar anticorpos contra o vírus.

Em outras palavras, o objetivo é que o mRNA sintético dê as instruções ao corpo humano para a produção de proteínas encontradas na superfície do vírus. São essas proteínas que levam à resposta do sistema imunológico e trazem a proteção para o indivíduo.

As vacinas de RNA mensageiro são um novo tipo de imunizante, considerado de 3ª geração, que também tem como objetivo proteger as pessoas de doenças infecciosas.

Características de armazenamento 

Quando começaram a ser usadas, as vacinas da Pfizer/BionNTech precisavam ficar armazenadas a -70°C, o que dificultava a utilização em regiões sem os refrigeradores adequados.

No final de fevereiro deste ano, a Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, deu sinal verde para a farmacêutica transportar e conservar a vacina em temperaturas convencionais, entre -25°C e -15°C, normalmente encontradas em freezers farmacêuticos, por um período de até duas semanas.

No Brasil, a Anvisa atualizou as condições de armazenamento de vacina da Pfizer em abril, levando em conta as novas recomendações.

A vacina pode ficar entre -15ºC e -25ºC durante 14 dias e entre 2ºC e 8ºC por cinco dias. Então o armazenamento não será um problema, e como a distribuição vai ser pelas capitais, esse armazenamento será um pouco mais fácil.

Eficácia

A vacina apresentou a taxa de eficácia de 91,3% após a aplicação da segunda dose. Os testes de fase três foram realizados com cerca de 44 mil participantes, em 150 centros de pesquisa, no Brasil, e em países como Estados Unidos, Alemanha, Turquia, África do Sul e Argentina. 

Proteção contra variantes

Após o surgimento de variantes do novo coronavírus, uma das principais dúvidas da comunidade científica é a capacidade de proteção dos imunizantes já desenvolvidos. Diversos estudos têm sido desenvolvidos no intuito de responder a essa pergunta.

Uma pesquisa publicada no periódico científico New England Journal of Medicine, em abril, apontou que a vacina da Pfizer protege contra a cepa sul-africana (B.1.351). Outro estudo, publicado no mesmo periódico em março, mostrou que o imunizante foi capaz de neutralizar a variante P.1, que teve origem em Manaus, no Amazonas.

Uma análise preliminar publicada em fevereiro na revista Nature Medicine apontou que a vacina também mostra eficácia contra mutações do coronavírus.

Segurança da vacina

A vacina da Pfizer parece ser segura e os eventos adversos são raros, de acordo com uma apresentação feita pelo Comitê Consultivo de Vacinas e Produtos Biológicos Relacionados da FDA (Food and Drug Administration, órgão norte-americano equivalente à Anvisa) dos Estados Unidos.