Concluído, contorno rodoviário de Porto Murtinho valoriza a cidade e elimina gargalos da logística

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A implantação do contorno rodoviário de Porto Murtinho, construído pelo Governo do Estado, mudou completamente o perfil urbano da cidade fronteiriça, além de ser uma obra vital para dar suporte aos empreendimentos de transporte rodoviário e hidroviário que estão se instalando na região. A pavimentação de 7,19 km paralelamente ao dique de prevenção às cheias interliga a BR-267 aos portos, tirando o tráfego pesado da área central.

Construído com recursos (R$ 25,2 milhões) do Fundersul (Fundo de Desenvolvimento Rodoviário de MS), a implantação do contorno rodoviário foi concluída esta semana após dez meses de serviço executado pela empresa Bandeirantes. A pandemia do novo coronavírus e o período chuvoso não atrasaram o cronograma. A obra será entregue ainda este mês após a finalização da sinalização viária e plantio de gramíneas nas laterais das pistas.

“Diversificar a nossa economia e tornar o Estado mais competitivo têm sido metas do nosso governo, e hoje Porto Murtinho, pela sua posição estratégica, se torna o centro do Corredor Bioceânico que levará nossa produção ao mercado asiático”, afirma o governador Reinaldo Azambuja. “Temos realizado investimentos importantes na região e estimulado as exportações pelo Rio Paraguai, cuja hidrovia garante um ganho adicional ao produtor”, realça.

Dentro do prazo

Quem chega a Porto Murtinho pela BR-267, distante 460 km da Capital, se surpreende com a movimentação de máquinas e operários na implantação de duas rotatórias. Uma em frente ao Centro de Triagem Mecari, megaestrutura privada que disciplinará o fluxo de veículos aos portos, com um estacionamento para 400 caminhões; e a outra, na entrada da cidade, disciplinando o trânsito e conectando-se às duas extremidades do anel viário.

A obra foi iniciada em março deste ano, em duas frentes, mobilizando dezenas de operários e máquinas. A empreiteira Bandeirantes encontrou dificuldades durante os serviços de terraplenagem, devido ao solo argiloso, e aguardou processo de desapropriação para acelerar a execução. “O projeto foi bem elaborado e chegamos a trabalhar com 100 operários para concluir no prazo de dez meses”, informa Sidney Jose Carvalho, engenheiro da obra.

Expansão consolidada

O investimento do Estado consolida o projeto de expansão da capacidade portuária e de incremento da hidrovia, que se transforma em importante rota para escoamento da produção, via portos da Argentina e do Uruguai, ao resto do mundo. O acesso conta com faixas de rolamento de 3,5 metros de largura e acostamentos de 2,5 metros. A estrutura atende aos portos FV Cereais e da APPM (Agência Portuária de Porto Murtinho), em operação, e às futuras instalações alfandegárias e de descarga.

“Essa obra melhora o acesso à região portuária, facilita o dia a dia na cidade e dá qualidade de vida à população”, afirma o secretário Jaime Verruck, da Semagro (secretaria estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar). “Faz parte de um plano para reforçar a estrutura logística de Murtinho, eixo da Rota Bioceânica que abrirá caminho para os produtos brasileiros ao Pacífico com destino ao mercado asiático.”

Elimina gargalos

Com expectativa de instalação de mais um terminal portuário na região, a chegada da infraestrutura viária elimina gargalos da logística, que são as grandes filas de caminhões e longa espera que travam o fluxo de cargas, aponta o empresário Peter Feter, sócio-proprietário da FC Cereais. “É uma estrutura logística fundamental para atender a esse fluxo, que agora só tende a aumentar, e dá garantias e confiabilidade ao investidor”, disse.

Pista recebe últimos retoques

Para o empresário e prefeito eleito em 2020, Nelson Cintra, o contorno rodoviário deu uma nova concepção urbanística a Porto Murtinho e os cenários futuros são promissores para a região. “A cidade vive um grande momento, muita gente querendo investir e vamos ter a parceria do Governo do Estado para recuperar o pavimento de toda a área urbana”, comenta. “Esperamos que as exportações retomem logo com a chegada das chuvas.”