Para servidora, ciclismo conecta pessoas e propósitos

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O trânsito é formado por diferentes meios de transportes, seja de uso individual ou coletivo, que possuem o objetivo de garantir o deslocamento de pessoas, animais e produtos em vias públicas e também em espaços de lazer. Um destes meios, é a bicicleta, a locomoção favorita da servidora Elijane de Jesus Nantes Coelho, diretora de Educação de Trânsito do Detran-MS.

Muito presente no dia a dia da servidora, a bicicleta é utilizada não somente para deslocamento, mas também, para proporcionar diversão, saúde e boas memórias. Elijane conta que seu encantamento pelo ciclismo começou quando aprendeu a bicicletar ainda na infância e mesmo pedalando muito até a adolescência, ela só reencontrou a sua antiga paixão anos depois.

“Fora a bicicleta, nunca gostei de atividades físicas. Já tinha me formado em Publicidade e começado a trabalhar no Detran quando decidi estudar Educação Física para me desafiar. Comecei um treino de corrida, mas a lesão nos pés me fez aceitar o convite do meu irmão para acompanhá-lo em um grupo de pedal. Foi mágico! Como se estivesse reencontrando a mim mesma e a minha missão.”

E foi, justamente, em grupos de pedal que Lili – como Elijane é conhecida neste meio – conheceu o seu esposo Nilson Young, que é guia de turismo de aventura. Como ambos compartilhavam esse amor em comum, decidiram que isso faria parte do momento mais importante das suas vidas: o casamento.

“A bicicleta foi o ‘nosso cupido’, por isso decidimos casar de bicicleta, ao ar livre, e em vez de jogar o buquê, sorteamos uma bicicleta entre os convidados”, disse ao relembrar da cerimônia que ocorreu no Parque do Sóter no dia 30/12/2013.

Antes mesmo da bike voltar para a sua vida, Elijane investiu em uma especialização de Aprendizagem Motora na USP e ao auxiliar o seu esposo nos eventos de cicloturismo, observou a oportunidade de criação de um projeto externo que auxiliaria muitas pessoas a bicicletar assim como eles.

“Percebi que tem muita gente que não sabe andar de bicicleta, adultos e crianças, e comecei um projeto nesse sentido: a Bicicletice Escola de Bicicleta. Tenho um método próprio e seguro que tem ajudado muitas pessoas. É muito gratificante para mim”, destacou. 

Mais que paixão, a bicicleta é sinônimo de qualidade de vida para Elijane. “Para crianças a bicicleta é a primeira conquista de autonomia. Como meio de transporte é o mais eficiente para distâncias de até 8km. Na bicicleta você chega aos lugares ao mesmo tempo que faz uma atividade física. É divertido, promove saúde e bem-estar. Gary Fisher, um dos inventores do mountain bike, diz que ‘a bicicleta é a invenção mais feliz do mundo’.”

Como diretora de Educação de Trânsito, a servidora busca juntamente com o Detran-MS a valorização deste meio de transporte. “Renovamos a frota de bicicletas do Detranzinho, promovemos a exibição de um documentário sobre as possibilidades da bicicleta no Cinemark e em municípios do interior. Ano passado uma empresa produtora de eventos propôs sediarmos no Detran uma prova de mountain bike só para mulheres, alusiva ao outubro rosa. O Pedal Pink teve a participação de trezentas ciclistas”, salientou.

Além da valorização do veículo, o Detran-MS também preza pela conscientização de todos os personagens do trânsito – pedestres, ciclistas, motociclistas, motoristas e passageiros. Pensando nisso, o órgão sempre recomenda que o ciclista esteja visível, posicionado do lado direito da via e trafegando na mão de direção, no mesmo sentido dos carros.

“O principal equipamento de segurança para o ciclista no trânsito é a atitude, dele próprio e dos motoristas. Uma dica importante é planejar seu percurso buscando as ciclovias e vias com trânsito menos intenso. O melhor caminho para ir de bicicleta provavelmente não é o mesmo para ir de carro. E quem está nas ruas a motor, de carro ou moto, precisa respeitar o ciclista como alguém que está colaborando para um trânsito melhor, afinal, é um carro a menos”, analisou a diretora.

Sobre Campo Grande, ela avalia que “é uma das cidades com maior malha cicloviária no país. Faltando apenas integração entre as ciclovias, mas a prefeitura está trabalhando nisso. A bicicleta é muito usada como lazer na nossa cidade. Aos poucos as pessoas estão sentindo-se mais seguras para usá-la como transporte. É um ciclo: quanto mais ciclistas nas ruas mais respeito por parte dos motoristas e mais estrutura por parte do município. Por outro lado, quanto mais respeito e estrutura, mais os ciclistas se sentirão seguros em estar nas ruas”, frisa.

Atuando nesta área de educação e apaixonada pela bike, Elijane comenta que o serviço público e o ciclismo se conectam em um mesmo propósito. “O ciclismo é muito sobre percepção, de si mesmo, do grupo e do ambiente em que está circulando. No serviço público também. Quando nós servidores sabemos dos nossos pontos fortes e fracos, e temos uma boa percepção das demandas, necessidades e oportunidades, conseguimos entregar bons serviços aos cidadãos”.