Temer diz que governo pode limitar entrada de venezuelanos em Roraima

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O presidente Michel Temer afirmou nesta quarta-feira que o governo estuda limitar a entrada de venezuelanos a um determinado número por dia na fronteira em Roraima devido à crise provocada no Estado pelo grande influxo de pessoas que entram no Brasil a partir do país vizinho.

Segundo o presidente, o governo cogita distribuir senhas para limitar as entradas por dia na fronteira em Pacaraima, onde a crise imigratória ganhou contornos violentos depois que venezuelanos foram expulsos do acampamento que ocupavam, sendo forçados a fugirem de volta para o lado venezuelano.

A medida se somaria à determinação feita na véspera pelo presidente para o uso das Forças Armadas para a garantia da lei e da ordem em Roraima devido à crise dos refugiados venezuelanos.

“Outra providência que talvez venha a ser tomada, ontem foi objeto de conversações, é que entram 700, 800 (venezuelanos) por dia. Isso tem criado problemas para vacinação, para organização. Eles pensam em colocar senhas de maneira que entre 100, 150, 200 por dia. Para organizar um pouco mais”, disse o presidente em entrevista à Rádio Jornal, de Pernambuco.

De acordo com Temer, o decreto de garantia da lei e da ordem em Roraima é de curto prazo, com 15 dias de duração, para “ver se as coisas melhoram”, porque a situação estava “caminhando para um ritmo desagradável”, afirmou.

Temer acrescentou que o governo vai investir mais na interiorização dos venezuelanos que entram por Roraima, e criticou o país governado pelo socialista Nicolás Maduro.

“É inadmissível o que está acontecendo lá (na Venezuela). Está colocando em desarmonia o próprio continente. É preciso modificar o clima na Venezuela”, afirmou.

APOSENTADORIA

Temer revelou ainda, na entrevista, que depois de deixar o governo estará na hora de uma “relativa aposentadoria”, e que pretende se dedicar a fazer pareceres jurídicos ao sair do governo, além de planejar escrever um livro sobre o período.

“Como houve muitos equívocos e falsidades, vítima que fui de muitos detratores, eu quero contar a verdade de tudo isso. Quero colocar a limpo essas coisas todas para que me pelo menos a história recente possa registrar a verdade dos fatos”, disse.

Temer afirmou ainda que não teme a possibilidade de ser investigado depois de deixar o governo. O Supremo Tribunal Federal (STF) pediu por duas vezes autorização à Câmara dos Deputados, como exige a legislação, para processar o presidente durante o seu mandato, o que foi negado pelos parlamentares — segundo ele, por seu “prestígio” no Congresso Nacional.

“Eu não tenho nenhuma preocupação com o futuro”, afirmou.

O presidente foi perguntado ainda sobre sua relação com o candidato do MDB à Presidência, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, que tem evitado se associar a Temer na campanha eleitoral.

Temer deixou claro que seu Meirelles é o seu candidato, e afirmou que o ex-ministro não tem como negar a associação com seu governo e é inevitável que defenda o seu legado.

“Ele foi escolhido por mim como ministro da Fazenda e com meu beneplácito montou uma grande equipe econômica. Será inevitável, ele não tem como dizer que não participou do meu governo, embora se exiba bastante que foi presidente do Banco Central do governo Lula — e é verdade, fez um belíssimo trabalho. Agora, ele também coloca que foi ministro da Fazenda”.

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