O Natal de 2019 será bem mais alegre para Benedito de Medeiros, 61 anos, do que o do ano passado. Depois de um ano sem trabalho, há um mês conseguiu uma colocação no mercado como porteiro de um edifício residencial. O emprego, conseguido através da Funtrab (Fundação de Trabalho de Mato Grosso do Sul) chegou na hora certa, segundo ele. “Eu estava desesperado”, confessa Medeiros, que já trabalhou como cozinheiro e garçom. Devido a um problema no joelho ele foi forçado a deixar o emprego e passou a procurar por trabalhos que exigem menos esforço.
Divorciado, Benedito mora com a mãe e um irmão no bairro Rouxinóis. Feliz com o novo trabalho, ele diz que finalmente vai conseguir ajudar nas despesas de aluguel, luz, água. Embora admita que, na maioria das vezes, foi discriminado em outras entrevistas de emprego por conta da idade, Medeiros contou que agora foi contratado justamente pela experiência. “A portaria exige muita responsabilidade e nem sempre os jovens estão dispostos a seguir as regras”, atesta.
A Funtrab, órgão vinculado a Sedhast, realiza com muita propriedade a missão de aproximar os candidatos das vagas existentes no mercado. Além disso desempenha seu papel na inserção social, orientando empresas para que cumpram a legislação vigente sobre a necessidade de contratarem número mínimo de pessoas com deficiência em seus quadros. Para isto, o Serviço Social da Fundação conta com duas assistentes sociais que buscam realizar esta inclusão social o ano todo.
A inclusão na prática e o primeiro emprego
E foi graças a lei de cotas para contratação de deficientes nas empresas que possuam mais de 100 funcionários que Juvelino Gimenez (33 anos), portador de PcD Monocular, acaba de conseguir seu primeiro trabalho, depois de cinco anos aposentado por invalidez. “Usei este tempo para cursar faculdade em recursos humanos e estou fazendo pós-graduação”, conta Juvelino, que trabalha como analista de crédito numa grande loja de móveis. “Entrei como atendente, mas logo fui transferido para a função de analista”, comemora.
Outro que está feliz da vida com o emprego é o jovem Ronald Michel Francisco Gomes, 18 anos, que conseguiu uma vaga de atendente em rede de sanduiches num shopping center. “A gente não dá valor ao trabalho até que o dia que começa a trabalhar”, analisa Ronald, que terminou o ensino médio e conseguiu seu primeiro trabalho em outubro, graças a Funtrab. “Levei meu currículo e três dias depois me chamaram”, conta cheio de entusiasmo.
Para ele, que mora com a mãe, padrasto e mais dois irmãos, o salário dá para ajudar a família e ainda sobra um pouco para sair com os amigos. A sensação de ter uma colocação e um dinheiro no final do mês é de profunda satisfação. Segundo ele, sentir-se útil é a melhor coisa do mundo. E nem se importa muito em ter que pegar quatro ônibus para chegar ao trabalho e mais quatro para voltar. Animado com o futuro, Ronald pretende seguir carreira militar e cursar três faculdades: engenharia elétrica, TI e Agronomia.
Além do direcionamento para vagas disponíveis, a Funtrab também oferta cursos através da Casa de Qualificação, que auxilia no aprimoramento do currículo e amplia as habilidades e competências do trabalhador, potencializando as chances de conquistar uma vaga no mercado de trabalho.
Todos os dias a Fundação possibilita colocação de dezenas de pessoas no mercado de trabalho
Desempenho da Funtrab em 2019 gerou crescimento
Os dados da Coordenadoria Estudos e Pesquisas apontam crescimento na oferta de empregos e colocação no mercado de trabalho em 2019. Até dia 23 de dezembro foram efetuados 441.484 atendimentos, 78.070 encaminhamentos a vagas de trabalho e desses, 16.487 pessoas foram devidamente contratadas. No mesmo período, em 2018, o número de empregados foi de 15.321.
Alinhada à política de desenvolvimento das atividades produtivas do Estado, que tem possibilitado a criação de postos de trabalho e de geração de renda, a Funtrab conta com uma rede de atendimento ao trabalhador distribuída em 9 regiões do Estado de Mato Grosso do Sul, sendo no total de 31 (trinta e uma) unidades estruturadas para prestar esses serviços.
De acordo com Evandro Nassar, coordenador de Projetos Especiais, o objetivo é atender o trabalhador desempregado, ou sob risco de desocupação, de forma a facilitar o seu reingresso ou permanência no mercado formal. Os trabalhadores do setor informal também são atendidos pela Funtrab com a intermediação das oportunidades de serviço e a mão-de-obra ofertada.
Perfil das pessoas que conseguiram colocação
Do total de 16. 487 mil (dezesseis mil quatrocentos e oitenta e sete) trabalhadores, a faixa etária que conquistou mais vagas de trabalho foi entre 30 e 39 anos de idade, com 4.753 (quatro mil setecentos e cinquenta e três) empregos. A segunda faixa etária que mais conseguiu colocação foi de 18 a 24 anos de idade, com 4.634 (quatro mil seiscentos e trinta e quatro). Com relação à escolaridade, o maior número de vagas foi para trabalhadores com ensino fundamental e ensino médio.
Para os trabalhadores inseridos na Lei de Cotas, as vagas preenchidas por trabalhadores com algum tipo de deficiência somaram 233 (duzentos e trinta e três). O número de indígenas no mercado de trabalho foi de 3.890 (três mil, oitocentos e noventa) empregados. A novidade este ano foi a entrada de trabalhadores imigrantes. Cerca de 1.521 (mil quinhentos e vinte e um) imigrantes foram encaminhados para entrevistas de emprego. Destes, 123 conseguiram trabalho, sendo que o maior número de contratados foi de haitianos.
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