Asfalto da Estrada do Curê beneficia Bodoquena e o Pantanal como rota de turismo do Mercosul

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Com a pavimentação do último trecho de revestimento primário da MS-178, em Bonito, uma das obras inacabadas entregue em dezembro de 2018 pelo governador Reinaldo Azambuja, de 17 km, as regiões da Serra da Bodoquena e do Pantanal se conectam por rodovia com os países vizinhos do Mercosul, criando uma rota internacional para o turismo.

A conclusão da MS-178, conhecida como Estrada do Curê, é considerada uma obra emblemática para Bonito pela importância para o acesso rodoviário no desenvolvimento do turismo e fomento ao setor agropecuário. “Com essa logística, vamos fortalecer a atividade turística e, principalmente, agregar valor a essa indústria sem chaminé, trazendo inúmeros visitantes para o Estado”, destacou o governador Reinaldo Azambuja.

Empresários desse segmento apostam na infraestrutura viária para alavancar o setor, integrando os principais destinos turísticos de Mato Grosso do Sul com o Paraguai, Argentina e Chile – países que, ao lado do Brasil, formam o Corredor Bioceânico rodoviário que está sendo viabilizado com a construção da ponte binacional sobre o rio Paraguai, em Porto Murtinho.

Os investimentos do Governo do Estado garantiram o asfaltamento de toda a extensão da MS-178, de 115 km – entre a BR-267 e a MS-339 -, interligando os municípios de Jardim, Bonito e Bodoquena. Pela BR-267, chega-se à fronteira com o Paraguai, distante 262 Km. Do outro lado, pela MS-339, são 62 km de Bodoquena a Miranda e mais 230 km à Corumbá, pela BR-262.

“A conclusão do asfalto da MS-178, que era um sonho de 20 anos, significa a redenção do nosso turismo”, afirma o secretário de Turismo de Bonito, Augusto Mariano. “Projetamos um futuro promissor com esse caminho pavimentado que integra a Serra da Bodoquena e o Pantanal ao Mercosul. Vamos dobrar o número de visitantes a médio prazo”, diz o gestor.

Investimentos do Estado

O asfaltamento de 17 km da MS-178 e a construção da ponte de concreto sobre o rio da Prata – os projetos foram paralisados por 17 anos – garantem acesso aos empreendimentos turísticos e o escoamento do agronegócio. Obras consideradas estratégicas do ponto de vista viário ao encurtar distâncias entre Bonito a Jardim e Porto Murtinho. Foram investidos R$ 21,2 milhões, recursos do Estado e da União.

Enquanto a construção da ponte sobre o rio Paraguai está sendo projetada, entre Porto Murtinho e a cidade paraguaia de Carmelo Peralta, a região da Bodoquena vislumbra um novo momento para o turismo doméstico com a pavimentação da MS-178.

O Governo do Estado investiu ainda R$ 9,5 milhões na recuperação do asfalto de uma extensão de 14 km da mesma via, do aeroporto ao centro de Bonito, com implantação de ciclovia e nova iluminação. Obra esta também reivindicada há muitos anos pelos bonitenses.

O prefeito de Bonito, Odilson Soares, destacou as ações do Governo do Estado para assegurar meios de transporte eficientes a Bonito e região, como a reestruturação do aeroporto local e os novos voos diários com centros emissores de turistas. Também citou a reconstrução da pista da MS-178 e a ciclovia, do centro da cidade ao balneário municipal.

“As perspectivas para os próximos anos são as melhores possíveis, principalmente porque contamos com o comprometimento do nosso governador Reinaldo Azambuja com Bonito e região”, disse o prefeito. “Nunca tivemos tantos investimentos, como agora, em setores essenciais, exemplo da infraestrutura. A ciclovia, aparentemente uma obra simples, é da maior importância. Hoje o uso da bike cresceu muito como atividade esportiva. Tudo isso favorece e estimula a atração do turista.”

Na chuva, ninguém passava

A conclusão do asfalto da MS-178, depois de quase duas décadas, trouxe um novo alento também a quem produz na região. Exemplo do pecuarista Odilon Teixeira, de 66 anos, dono da fazenda Pedra Branca, fundada no início do século passado. “Isso aqui era um atoleiro, a gente passava a noite puxando caminhão com trator”, lembra. “O asfalto era um sonho antigo, vai baixar o frete.”

Ao longo do trecho de 30 km, entre a MS-382 e a BR-267, prosperam fazendas de gado e agora de soja. Do lado de Jardim, pousadas badaladas promovem um turismo premiado nacionalmente e visitado por milhares de pessoas, mesmo na época de dificuldades de acesso. O gerente do Recanto Ecológico Rio da Prata, Teodison Gonçalves (Mano), de 37, conta que havia muito cancelamento de visitas.

“Se chovia, ninguém passava no Curê; os turistas tinham que desviar por Guia Lopes da Laguna (MS-382) e muitos se perdiam, desistiam da viagem”, lembra. “Hoje o turista desce no aeroporto de Bonito e em meia hora chega à pousada”, acrescenta. Mano projeta um aumento de visitantes em 2019, dos atuais 35 mil/ano para próximo à capacidade do destino, de 42 mil/ano.