Retrato de uma busca pessoal sob atmosfera do recomeço, “Elena” é atração de sexta no MIS

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“Elena”, longa-metragem dirigido por Petra Costa, é a atração desta sexta-feira (20 de setembro) no Museu da Imagem e do Som da Fundação de Cultura. A exibição é realizada pelo Cineclube do Conselho Regional de Psicologia e acontece às 19 horas, com entrada franca.

O documentário é um relato de busca pessoal. Elena viaja para Nova York com o mesmo sonho da mãe: ser atriz de cinema. Deixa para trás uma infância passada na clandestinidade dos anos de ditadura militar. Deixa Petra, a irmã de sete anos. Duas décadas mais tarde, Petra também se torna atriz e embarca para Nova York em busca de Elena. Tem apenas pistas. Filmes caseiros, recortes de jornal, um diário. Cartas. E acaba descobrindo Elena em um lugar inesperado. Aos poucos, os traços das duas irmãs se confundem, já não se sabe quem é uma, quem é a outra. A mãe pressente. Petra decifra. Agora que finalmente encontrou Elena, Petra precisa deixá‐la partir.

“Elena” um filme sobre lembranças, sobre a irreversibilidade da perda e o impacto causado na menina de sete anos pela sólida ausência da irmã — a quem Petra chama de sua “memória inconsolável”. É, também, um filme sobre a delicadeza. Concebido como um documentário de fundo psicológico, o primeiro longa de Petra Costa acompanha a jornada percorrida por ela para resgatar — e, de certa maneira, explicar — as frustrações e angústias que arrastaram a vida de Elena a um desfecho trágico. Em 82 minutos, o espectador é convidado a mergulhar num passado ainda pungente para, junto com Petra e suas recordações, emergir da dor e se emancipar.

“Pouco a pouco, as dores viram água, viram memória”, diz a diretora, a um só tempo atriz e personagem. “Elena” é, ainda, um filme sobre o Brasil, sobre o rescaldo da ditadura militar, sobre a geração que cresceu nos anos 1980 — a “década perdida” — com a árdua tarefa de batalhar por seus sonhos quando a maioria a acusava de não ter bandeiras ou ideais. Acima de tudo, a geração da abertura, educada por pais militantes que, em tempos de anistia e redemocratização, repudiavam toda forma de repressão e buscavam criar seus filhos sob a mais absoluta liberdade.

Serviço: Exibição de “Elena” (82 minutos, classificação indicativa: 12 anos) acontece nesta sexta (20), às 19 horas, com entrada franca. O MIS fica no 3º Memorial da Cultura e Cidadania, na avenida Fernando Corrêa da Costa, 559, Centro. Telefone: (67) 3316-9178.

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