Artes Cênicas da UFGD completa 10 anos e celebra em grande estilo

Evelin Gomes – Colaboradora da Conexão Dourados

“A arte existe porque a vida não basta”, já dizia o poeta Ferreira Gullar. Ou, quem sabe, nos tempos atuais, o melhor seria dizer: “a arte Resiste porque a vida não basta”? Assim, imbuídos desse sentimento de incompletude e de resistência que alunos(as) e professores(as) celebram de 09 a 14 de setembro uma década do curso de Artes Cênicas da Faculdade de Comunicação, Artes e Letras (FACALE), da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), com oficinas, palestras e espetáculos. A programação é totalmente gratuita e acontecerá no Núcleo de Artes Cênicas (NAC), localizado na unidade 2, da UFGD. Para participar é necessário fazer a inscrição* no site do evento.

Segundo o coordenador do evento, Prof. Dr. João Marcos Dadico Sobrinho, as atividades foram organizadas com o propósito de ser uma ponte entre passado, presente e futuro do curso. “O modelo de mesas redondas foi pensado como uma proposta que permitirá o diálogo direto entre diversas personalidades envolvidas com Artes Cênicas na cidade de Dourados, antes da criação do curso e os atuais docentes. Eles explanarão sobre seus trabalhos e projetos de pesquisa. Além disso, teremos a participação de egressos do curso, tanto do bacharelado, quanto da licenciatura, que irão testemunhar suas realizações, suas dificuldades e a importância da sua formação nesse percurso”, destacou.

As oficinas vão possibilitar aos participantes uma formação complementar sobre os saberes artísticos, abordando canto, corpo e fala, sob uma ótica de pesquisa e metodologia da criação artística para o reconhecimento das identidades e das diversidades. “Teremos o prazer de compartilhar esse conhecimento por meio de docentes e pesquisadores regionais e de outros estados, que fora desse evento, dificilmente teriam a oportunidade de realizar essas oficinas em Dourados”, salientou o professor.

Já os espetáculos são a apresentação de trabalhos acadêmicos realizados pelos alunos e docentes do curso. “É a oportunidade dos discentes e egressos do curso de celebrarem com toda a comunidade douradense e oferecer mais uma vez o resultado de suas pesquisas e suas realizações, oportunizando a fruição artística de mais pessoas”, afirmou.

PROGRAMAÇÃO E INSCRIÇÃO DO EVENTO

A programação é gratuita, mas para participar das palestras e das oficinas é necessário fazer a inscrição pelo site. O prazo é até 09 de setembro de 2019. As oficinas acontecerão no Núcleo de Artes Cênicas (NAC), localizado na unidade 2, da UFGD, à Rodovia Dourados/Itahum, Km 12.

O PROFISSIONAL DE ARTES CÊNICAS

A graduação em Artes Cênicas é oferecida pela UFGD desde 2009, possibilitando ao estudante o contato com as linguagens da cena contemporânea. Tanto que desde o início, a formação prática e teórica favorece aos discentes a vivência teatral em trabalhos experimentais e a reflexão sobre o fenômeno do teatro e suas dimensões estética, histórica e social.

De acordo com a Profa. Ma. Júnia Cristina Pereira, atualmente, o curso conta com 13 docentes, sendo uma substituta. Desde a formatura da primeira turma, realizada em 2013, até o ano de 2019, já foram formados 145 artistas e arte-educadores, profissionais que atuam tanto em Dourados ou em outras regiões do país.

Muitos alunos formados pelo curso de Artes Cênicas escolheram ficar em Dourados e movimentar a área cultural e artística da cidade, como é o caso do Sucata Cultural e do Casulo – Espaço de Cultura e Arte, que além de espetáculos e shows com artistas locais, têm uma programação semanal com cursos de teatro, dança, circo, música, entre outros.

Contudo, assim como acontece nos grandes centros, esses e outros locais culturais, infelizmente, recebem poucos ou quase nenhum incentivo do poder público para se manterem, tendo que contar com a participação fiel da sociedade douradense para continuarem com suas portas abertas. Sendo esse um dos vários desafios enfrentados pelos profissionais da área.

“Os profissionais formados(as) pelo curso enfrentam ainda o desafio de viver dignamente de uma profissão ainda pouco reconhecida e alvo de muitos preconceitos, num cenário de desmonte das políticas culturais. Paradoxalmente, vivemos em uma sociedade carente de atividades culturais e artísticas, o que aponta para a necessidade de uma maior compreensão acerca da profissão de artista e de arte-educador”, finaliza a professora.