De olho na qualidade do ensino, escolas estaduais de Campo Grande já receberam mais de R$ 31 milhões em investimentos

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Somente nos últimos 12 meses, entre agosto de 2018 e agosto de 2019, foram R$ 11 milhões voltados para reformas, adequações e obras de acessibilidade em escolas da Capital

Campo Grande (MS) – A relação direta que existe entre as condições do ambiente com os resultados não é específica de um ou dois setores da nossa sociedade, mas está presente em praticamente todas as áreas de atuação. Na educação, essa ligação toma proporções ainda maiores, uma vez que os investimentos aplicados na reforma de uma sala de aula, por exemplo, podem impactar na satisfação do profissional que faz deste espaço seu local de trabalho, além do estudante que passa a se fazer presente com mais alegria e motivação para o aprendizado.

Desde 2015, a atual gestão do Governo do Estado já foi responsável por investir mais de R$ 31 milhões em escolas da Rede Estadual de Ensino (REE) de Campo Grande. Nos últimos 12 meses, cerca de 1/3 desse valor se traduziu em melhores condições para professores e estudantes da Capital. Entre agosto de 2018 e agosto de 2019, foram R$ 11 milhões direcionados para reformas, pinturas, adequações de rede elétrica, construção de quadras esportivas, instalação de pisos, obras de acessibilidade e tantas outras que beneficiam os mais de 55 mil alunos matriculados em 77 unidades da REE, neste ano.

Com a reforma, o clima mudou na EE Maria de Lourdes Areias (foto: Chico Ribeiro)

Uma das protagonistas desse trabalho é a Escola Estadual Maria de Lourdes Toledo Areias. Localizada no conjunto Recanto dos Rouxinóis, a EE é responsável por atender mais de 1,1 mil estudantes, matriculados nas três etapas da Educação Básica (Ensino Fundamental I, II e Ensino Médio). A reforma geral, concluída no início deste ano, transformou o investimento de mais de R$ 1,8 milhão em salas ampliadas, ambientes renovados e adequações de acessibilidade garantidas.

Diretora Adriana Bellei e o seu adjunto, Edi Carlos Mazini 

Agente de limpeza readaptada para a função de inspetora, Lúcia Marques de Mattos vive a rotina da escola há 18 anos e conta que a mudança foi profunda e destacou o acesso às áreas abertas, antes impossibilitado em dias chuvosos. “A escola melhorou demais, a entrada é nova e o pátio foi todo refeito. O acesso à quadra – em especial – melhorou bastante, fizeram um corredor novo, ficou muito prático. Quando chovia ficava muito difícil chegar ao portão da quadra e atrapalhava o andamento das atividades por aqui. Outro benefício veio após a reforma, com a instalação das câmeras de monitoramento, que ajuda no controle das ações aqui na escola”, destacou.

Mudanças sentidas na rotina dos profissionais, dos estudantes e também da comunidade. Após a entrega da reforma, que contou com a presença do governador Reinaldo Azambuja, os diretores relataram que a aproximação dos moradores da região foi natural e começou a surgir uma identificação imediata e o envolvimento com a escola cresceu de forma significativa.

“Nós tínhamos aqui a visão de que escola de periferia tinha aquela cara de abandono e as pessoas não se sentiam pertencentes a esse espaço. Hoje, a escola se tornou o foco do bairro todo. Os alunos sentem orgulho em dizer que fazem parte da escola. Se antes o ambiente era de pichação, com um certo aspecto de abandono, agora percebemos que até o cuidado aumentou e percebemos que os problemas de depredação do espaço diminuíram bastante. Eles sabem que todos nós temos responsabilidade com o cuidado da nossa escola”, disse a diretora da EE, Adriana Bellei.

Para o diretor adjunto, Edi Carlos Douglas Mazini, a mudança de imagem da escola se reflete na vida dos moradores da comunidade também. “Antes, até o olhar era diferente. Como era a única opção de escola na região, faltava essa ligação mais forte. Entendemos que a escola possui a cara do bairro e se a escola melhora o bairro vai junto, existe mais pertencimento, mais envolvimento. Até mesmo questões de comportamento dos estudantes melhoraram bastante”, destacou.

Breno: orgulho de estudar na EE Maria de Lourdes Toledo Areias 

Breno Pereira da Silva, estudante do 1º ano do Ensino Médio, levou a questão para outro patamar. Para ele, a reforma melhorou o ânimo dos alunos e ajudou a aumentar o envolvimento de todos com as questões da escola. “A reforma foi muito importante, isso é nítido. O ambiente está muito mais alegre, tínhamos problemas com pichações e agora isso tudo foi resolvido. Temos banheiros em melhores condições, a escola recebeu a instalação do piso tátil, as salas foram pintadas e, depois de tudo isso, temos uma estrutura mais interessante e todos participam mais. A reforma influenciou muito nisso, todos passaram a se envolver mais com os cuidados com a própria escola. Estou muito orgulhoso em fazer parte desse momento”, disse o jovem de 15 anos.

A diretora da escola destacou que a infraestrutura renovada já surtiu efeito nos resultados apresentados pelos estudantes ainda antes da entrega oficial da reforma. “Acreditamos que o ambiente interfira na qualidade do ensino, sim, e isso já pode ser observado. Em uma sala com carteiras novas, ambiente agradável, ventilado e climatizado, eles passam a absorver tudo de forma mais proveitosa e os resultados logo aparecem. Desde o ano passado já notamos uma melhora em notas como o Enem, por exemplo, e tivemos aproximadamente 30% dos estudantes de 3º ano ingressando nas universidades. É perceptível essa melhora”, completou Adriana.

Outra escola de Campo Grande que entrou na rota das reformas nos últimos meses foi a EE Lúcia Martins Coelho, localizada na rua Bahia, entre a rua da Paz e Euclides da Cunha – no Jardim dos Estados. Desde o final de 2018, a paisagem mudou bastante. Antes tomada apenas pelos estudantes, o fluxo de trabalhadores envolvidos na obra cresceu de forma significativa no decorrer dos meses. Ao lado da adjunta, Vicenta de Oliveira Alvarenga, a diretora Déborah Dal Moro falou sobre a importância da reforma para a escola.

A reforma ainda está em andamento, mas a EE Lúcia Martins Coelho já  ganhou novos ares e o resultado é a melhora no aprendizado dos alunos 

“É como pensar na reforma da nossa casa. Passamos por um período de desconforto, a vida vira um canteiro de obras, mas temos certeza que, ao final, além de reafirmar o orgulho na escola, a reforma trará conforto visual, térmico e também anatômico. A restauração da escola, além de um resgate histórico, é um momento de extremo orgulho e alegria para pais, alunos, professores e servidores”, disse Déborah.

Déborah Dal Moro, diretora da EE Lúcia Martins Coelho, e a adjunta Vicenta de Oliveira Alvarenga

Tradicional e histórica, a unidade trabalha – desde 2017 – com a oferta do Ensino Médio em Tempo Integral e faz parte do Programa Escola da Autoria, com cerca de 470 estudantes matriculados em turmas de 1º, 2º e 3º ano, em 2019. O trabalho, já destacado, rendeu nota de 5,4 no último resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), publicado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Como referência, a média da Rede Estadual no EM foi de 3,6.

A quadra de esportes também está passando por reforma completa (foto: Vinícius Espíndola)

Com o trabalho de restauração e readequação dos ambientes, além da reforma completa na quadra esportiva e áreas de circulação, a direção da escola acredita que os resultados serão potencializados com maior engajamento dos estudantes e, também, com a motivação dos profissionais envolvidos no processo.

“Os estudantes ficam empolgados com a possibilidade de ter uma escola ‘nova’ e o professor vai ter um estímulo a mais, vai se sentir ainda mais motivado. Com o Ensino em Tempo Integral, esse ânimo extra foi nítido, mas agora, com esse incremento na infraestrutura do ambiente escolar, acredito que o rendimento dos nossos adolescentes vai ser ainda melhor”, salientou a diretora, que destacou uma importante iniciativa que caracteriza as Escolas da Autoria. “Aqui, criamos uma consciência nos novos alunos que nossos estudantes de 2º e 3º anos já possuem, é o sentimento de pertencimento. O estudante se sente parte da escola e passa a cuidar ainda mais. Não temos queixas, eles compreendem qualquer tipo de transtorno e sabem que os resultados serão ainda melhores quando esse processo todo for concluído”, concluiu a diretora.

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