Em alusão ao mês de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, Maio Laranja, jovens do Programa Rede Solidária, desenvolvido pelo Governo do Estado e gerenciado pela Secretaria de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho (Sedhast), participaram na tarde da última sexta-feira, de audiência pública na Câmara Municipal de Campo Grande.
A participação dos alunos do projeto faz parte da programação especial prevista para esse mês em que se debate o tema. “Estamos plantando mais uma semente no processo de fortalecimento desses jovens. Assim vamos poder dar continuidade ao trabalho de conscientização que eles precisam para saber se defender e procurar ajuda quando estiver em alguma situação de risco”, declara a Coordenadora Pedagógica do Programa Rede Solidária, Amirtes Carvalho.
A audiência proposta pelo vereador André Salineiro, presidente da Comissão Permanente de Legislação Participativa da Casa de Leis, teve a participação de várias autoridades e representantes de instituições que trabalham para combater esse tipo de crime.
Para a Desembargadora Elizabeth Anache, Coordenadora da infância e juventude do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, o Poder Público deve atuar em rede para combater o problema. “Precisamos nos conscientizar de que é urgente criar novas vagas para Creches, CEINF, escolas de tempo integral, pois não podemos deixar que crianças e adolescentes fiquem sozinhas ou aos cuidados de pessoas estranhas enquanto os pais trabalham”.
Aluna de informática do programa, Lorraine Feliciano, de 12 anos, se diz capaz de procurar ajuda se necessário. “Estou tendo informação, aprendendo a me prevenir e quando necessário pedir ajuda para alguém que eu confie, que não preciso ter medo. Conheço uma menina que foi abusada por muito tempo porque ficou com medo e não denunciou”, relata a jovem.a
Rede Solidária
O Programa
Rede Solidária atende crianças e adolescentes no período contraturno escolar,
com atividades pedagógicas, culturais e esportivas visando o fortalecimento dos
vínculos familiares e de autonomia de cada indivíduo.
Em tempo – As crianças e adolescentes do
Programa receberam informações e orientações do Conselho Tutelar através de
palestra e oficina durante a última semana.
Na ocasião a
Conselheira Ana Clara Sanches, abordou o tema através de uma conversa
espontânea com os alunos divididos por faixa etária, destacando a importância
de saber o que é abuso e o que é exploração sexual, além de como poder se
defender ou pedir ajuda, de uma maneira lúdica e simples compreensão, onde as
crianças fizeram uma oficina desenhando qual a pessoa que elas mais confiam.
“É preciso
falar sobre o assunto com nossas crianças. É um tema difícil, mas necessário.
Muitos casos, na realidade sua grande maioria, acontecem no seio familiar, com
parentes e amigos próximos, e a criança pode achar que é normal, ou que ela
quem está errada, ou que provocou a situação. Fortalecer a capacidade dessa
criança de se proteger e de procurar ajuda é fundamental”, destaca a
conselheira.
Ana Clara
ainda instruiu como se deve agir quando há um relato de crianças ou
adolescentes abusados. “A principal ação é não colocar palavras na boca da
vítima. Se ela procurou um professor, um amigo, é porque confia. Então o
correto é dizer que vai ficar tudo bem, acalmando a vítima, e procurar
imediatamente o Conselho Tutelar ou a Delegacia Especializada de Proteção à
Criança e ao Adolescente, que tem profissionais preparados para lidar com a
situação”, alerta.