Com olheiros voltados a MS, estagiários relatam experiência em gravação de filme “Nunca Te Prometi Um Mar de Rosas”

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A experiência dos estagiários de Mato Grosso do Sul na produção do filme “Nunca Te Prometi Um Mar de Rosas”, dirigido por Aaron Salles Torres, foi marcada por aprendizado e crescimento profissional. O longa foi gravado nas cidades de Três Lagoas e Campo Grande, reunindo jovens talentos que puderam se aprofundar no universo do cinema e colaborar ao lado de grandes nomes da produção audiovisual.


Juliane Torrano Crispe, que atuou como assistente de fotografia, descreveu a oportunidade como desafiadora, mas extremamente recompensadora. “Eu fiquei na minha área de função mesmo, pois como sou fotógrafa há um tempo, foi proveitoso tanto para mim quanto para a equipe que eu ajudei”, comentou. Juliane também foi responsável por registrar os bastidores do filme. “Adorei a oportunidade e gostaria de, em próximos projetos, poder trabalhar novamente em algo até mais intenso.”

Já Thiago Ramalho, que desempenhou múltiplas funções ao longo da produção. “Aqui em Três Lagoas fiz figuração e acabei entrando para figuração especial de elenco de apoio, tendo a oportunidade de uma pequena cena com a Catharina e outra com a Leona. Em Campo Grande, estive estagiando na parte de maquinaria”, relatou.
Para Thiago, a experiência foi “enriquecedora” e uma oportunidade para expandir seu currículo e contribuir para o crescimento do audiovisual no estado. “Sou muito grato ao Aaron e a toda a equipe por me proporcionar esses momentos ímpares”, acrescentou.

Israel Miranda, assistente de direção de fotografia e de Campo Grande, elogiou a energia dos estagiários e ressaltou a importância da especialização para a formação de novos profissionais no setor audiovisual. “O filme acerta positivamente em proporcionar capacitação no estado da arte para esses jovens três-lagoenses, e a energia que eles levam para o set beneficia o trabalho como um todo”, destacou. Para Israel, a prática em um set de filmagem é insubstituível. “No estágio você vive de perto os processos e rotinas, e essa vivência proporciona competências que a teoria sozinha não seria capaz de oferecer”, explicou.

Guga Millet, diretor de fotografia e do Rio de Janeiro, também avaliou positivamente o impacto que seu trabalho teve no desenvolvimento técnico dos estagiários. “Num set de cinema, o trabalho de todos influencia o trabalho de todos. Somos um organismo e afetamos e somos afetados por todo o nosso entorno”, disse Guga. Para ele, a fotografia no cinema é fruto de um desenvolvimento técnico contínuo, e estagiários curiosos e dispostos a aprender têm grande potencial de crescimento. “A técnica se aprende, mas o mais importante é estar disponível para o processo, saber ouvir e trabalhar em equipe”, completou.

O filme, que trouxe à tona a importância da capacitação no setor audiovisual no estado, também gerou reflexões sobre o futuro da indústria cinematográfica local. Israel Miranda destacou a necessidade de investimentos para que cidades como Três Lagoas possam se tornar pólos de produção audiovisual. “A cidade perde esses profissionais para grandes centros. É necessário uma política de investimento continuada para que essa cadeia produtiva gere frutos e, quem sabe, se torne um polo de cinema como cidades mineiras e nordestinas”, afirmou.

A produção de “Nunca Te Prometi Um Mar de Rosas” proporcionou não apenas o desenvolvimento técnico dos estagiários, mas também trouxe à tona a necessidade de políticas públicas que incentivem a formação e retenção de talentos locais. Ao final, o filme se torna um marco na profissionalização de jovens que, assim como Juliane e Thiago, sonham em contribuir para o fortalecimento da indústria audiovisual em Mato Grosso do Sul.