Dirigido por Aaron Salles Torres, o curta-metragem “Nunca Te Prometi Um Mar de Rosas”, cria uma conexão entre o Cinema, o Agronegócio e a preservação ambiental. A trama acompanha Ida, uma adolescente autista que se dedica à domesticação do algodãozinho-do-cerrado (Cochlospermum regium), uma planta nativa ameaçada de extinção – destacando a urgência da conservação do bioma do Cerrado e promovendo debates sobre sustentabilidade e inovação.
“Cresci em Três Lagoas, e o algodãozinho fazia parte do cenário urbano na minha infância, com suas plumas brancas flutuando ao vento. Essa memória me inspirou a adaptar o roteiro à realidade do Cerrado brasileiro, trazendo essa relação fluida entre cidade e campo”, explica o diretor Aaron Salles Torres.
A preservação do algodãozinho-do-cerrado espera ganhar força após o filme, que também destaca as dificuldades enfrentadas pelo bioma, como as queimadas e o desmatamento. “Precisamos de mais esforços conjuntos para garantir que espécies como o algodãozinho continuem a existir, apesar dos desafios ambientais”, reforça Francimar Perez Matheus da Silva, engenheira agrônoma.
Além disso, a produção do filme tem sido uma aliada direta na conservação – ao marcar plantas para coleta e posterior envio das sementes para a Agraer-, contribuindo com pesquisas e a preservação da espécie. Em colaboração com a Embrapa e a Agraer, o filme busca mobilizar esforços para salvar e estudar a planta, cujas propriedades farmacológicas e alimentícias são promissoras.
“Precisamos preservar espécies como o algodãozinho-do-cerrado antes que desapareçam completamente. Sua domesticação pode gerar grandes benefícios econômicos, além de ser uma alternativa sustentável para os agricultores”, ressalta Julceia Camillo, engenheira agrônoma e doutora em Produção Sustentável.
Pesquisas também indicam que o algodãozinho pode se tornar uma fonte importante de amido para a indústria alimentícia. “Essa planta pode abrir novas possibilidades para a produção de alimentos, contribuindo para a economia”, explica Juliana Aparecida Bento, pesquisadora da Universidade Federal de Goiás.
A parceria entre a produção do filme e a Agraer resultou na criação de um espaço para o cultivo da planta em Campo Grande, onde testes de germinação estão sendo conduzidos. “O algodãozinho não precisa de muita água, o que pode ser uma vantagem significativa em tempos de escassez hídrica”, comenta Flávio de Oliveira Ferreira, engenheiro agrônomo da Agraer.
Com uma história que combina sensibilização ambiental e inovação no Agro, “Nunca Te Prometi Um Mar de Rosas” prova que o Cinema pode ser uma ferramenta poderosa para promover soluções sustentáveis e fortalecer a união entre Cultura, Ciência e Agronegócio. O curta-metragem é produzido pela Georgois Artes LTDA.