Medalhistas olímpicos fazem palestras de formação para presidentes de clubes, federações e comunidade esportiva

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Na última quinta-feira (21), Mato Grosso do Sul sediou pela primeira vez o “Fórum Estadual de Formação Esportiva”, realizado pelo Comitê Brasileiro de Clubes – CBC em parceria com a Fundesporte, ligada a Setesc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura), com o objetivo de debater sobre as práticas e políticas que impulsionam a formação de atletas no Brasil, visando o fortalecimento da Rede Nacional de Clubes Formadores.

O evento faz parte de uma série de 27 edições programadas pelo CBC e realizadas em parceria com as Secretarias Estaduais de Esportes, Clubes Integrados ao Programa de Formação de Atletas do CBC e Sindicato de Clubes do Estado.

O Fórum de Formação Esportiva no Mato Grosso do Sul reuniu mais de 500 pessoas contando com gestores, profissionais, treinadores, atletas de clubes formadores, pesquisadores e autoridades da área esportiva. 

Com o apoio do Ministério do Esporte e do Comitê Olímpico do Brasil (COB), o evento apoiou a troca de conhecimentos, experiências e tendências no campo esportivo, com foco especial na formação de atletas dentro de Clubes, Associações e Institutos Esportivos.

O Fórum de Formação Esportiva reuniu 49 representantes de Secretarias Municipais de Esportes; 390 representantes de Clubes; 12 representantes da Fundesporte; 20 representantes de Federações; profissionais do esporte, imprensa e professores universitários.

Incentivo Estadual

O Governo do Estado é hoje o maior patrocinador do esporte no Mato Grosso do Sul. Por meio de convênios, termos de fomento e apoios diversos (arbitragem, passagens aéreas, materiais esportivos), em 2023, subsidiou clubes e federações em competições dentro e fora do Estado, com recursos de R$40,4 milhões, como forma de incentivo ao esporte de MS.

Proveniente do FIE (Fundo de Investimentos Esportivos), o recurso faz parte de uma gama de investimentos do Governo do Estado, via Fundesporte e Setesc. Somente para a Federação de Futebol de MS, organizadora do Campeonato Sul-mato-grossense de Futebol 2024, o governo repassou R$ 1.121.120,00 em apoio aos clubes. 

Sobre o CBC – Comitê Brasileiro de Clubes 

O Comitê Brasileiro de Clubes é uma associação civil de origem esportiva criada em 1990 com a missão de desenvolver e implementar a política de formação de atletas, por meio de apoio aos clubes.  No Brasil, os clubes são os responsáveis por desenvolver e revelar talentos nos mais diversos esportes.  Para se ter uma ideia, nos Jogos Olímpicos Rio 2016, entre os 465 atletas que integraram a delegação brasileira, 390 foram formados em clubes – o que representa 84% dos participantes. Dos 19 pódios em que o Brasil esteve presente, 17 deles passaram por Clubes esportivos formadores de atletas, o que representa um percentual de 89% entre os medalhistas. 

O objetivo do Fórum de Formação Esportiva por meio das palestras foi levar para todas as regiões do Brasil informações do Programa de Formação de Atletas do CBC, mostrando a importância do Comitê Brasileiro de Clubes e da Rede Nacional de Clubes Formadores na formação de atletas no país. Para isso, a estratégia adotada envolve a parceria com as secretarias de esporte dos estados e sindicatos de clube e a participação dos embaixadores do CBC – André Heller, Emanuel Rego e Lars Grael, medalhistas olímpicos e mundiais – com palestras para os participantes.

Palestras 

André Heller

André Heller foi jogador de vôlei e conquistou, ao longo de sua carreira, uma série de medalhas com a seleção brasileira. Apenas na Liga Mundial de Vôlei foram seis medalhas de ouro, além de prata e bronze. Trouxe para o Brasil a medalha de ouro nas Olimpíadas de Atenas, em 2004, e de prata nos Jogos de Pequim, em 2008. Atualmente, continua vinculado ao esporte como coordenador técnico do time Vôlei Renata e, desde 2014, é Embaixador do Esporte Banco do Brasil, ministrando palestras para escolas, universidades e empresas.

Para André Heller, Fóruns são sempre uma oportunidade de compartilhar  conhecimentos no que diz respeito ao esporte, mas também de temas que gravitam em torno, como a formação esportiva de atletas, educação, bem estar e qualidade de vida. 

“Mais do que contar histórias ou a minha trajetória, a minha palestra tem o propósito de compartilhar um outro observar sobre o poder do esporte na vida de todos nós, não só dos atletas, mas de profissionais de qualquer área de atuação. Eu uso como pano de fundo a minha vivência no esporte, mas a minha intenção com a palestra é contribuir compartilhando alguns componentes que na minha visão são essenciais para que os profissionais consigam atingir as suas metas e os seus sonhos, construir uma carreira independente da sua área de atuação”, frisa André.

Ex-jogador de vôlei e medalhista olímpico, André Heller (Foto: Bruno Rezende)

Emanuel Rego 

Com uma destacada trajetória no cenário esportivo, sendo campeão olímpico de Vôlei de Praia em Atenas 2004, prata em Londres 2012 e bronze nos Jogos de Pequim 2008. Presidente da Comissão de Atletas no Comitê Olímpico do Brasil (COB) e na Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), contribuindo para o crescimento profissional de diversos atletas. 

Emanuel, ressalta que para que a formação de atletas seja bem sucedida, é necessário buscar recursos e segundo ele a melhor forma de buscar recursos são recursos públicos, com investimentos em clubes.

“No mundo dos clubes antes de ser atleta do vôlei de praia eu passei por todas as fases do esporte escolar e depois no esporte de clube e eu sei o quanto foi importante para mim, um clube ter a formação técnica dos melhores técnicos ter melhor estrutura, melhor material para poder me deixar à vontade para ter o meu reconhecimento como atleta”.

Ex-jogador de vôlei de praia e medalhista olímpico, Emanuel Rego (Foto: Bruno Rezende)

Lars Grael

O atleta de Vela medalhista olímpico nos Jogos de Seul 1988 e de Atlanta 1996. Possui larga experiência na execução de recursos públicos para o esporte, já que foi Secretário Nacional do Esporte e Secretário de Esporte e Lazer do Governo do Estado de São Paulo. Também foi um importante membro do Conselho Nacional do Esporte, dentre outros tantos postos que ocupou na gestão pública e também privada. 

“Eu acho que o esporte brasileiro precisa de uma clareza nas fontes de financiamento, você tem leis como a Lei Agnelo/Piva remetendo recursos para comitê olímpico, paralímpico, confederações, mas ainda existe um hiato de interpretação de quem financia as federações esportivas. O mais importante é a capacitação de gestores do esporte e melhoria no ambiente de governança, por isso o CBC se propõe ajudar na formação, capacitação e integração nos clubes esportivos do Brasil”, ressalta.