Que adoção é um ato de amor, isso todos concordam. Porém, na maioria das vezes os futuros tutores preferem adotar filhotes, pensando na melhor adaptação do animal à nova casa. Para animais adultos, a chance de ganhar uma nova família é pequena, por conta de alguns mitos.
Edvaldo Salles, veterinário-chefe da Subsecretaria do Bem-Estar Animal (Subea), destaca que animais, tanto os caninos, quanto os felinos, são extremamente inteligentes e se adaptam muito fácil a qualquer condição. “As pessoas tendem achar que animais adultos não conseguem ser ensinados e isso é um mito. Eles já estão com sua personalidade formada e se adaptam facilmente a nova dinâmica”.
Na hora de adotar, sempre há a dúvida de que tamanho o pet vai ficar quando crescer. Principalmente para cachorros sem raça definida, muitos tutores ficam receosos com medo de dele crescer demais para o espaço da casa. “Esse é um dos benefícios de adotar cachorros adultos. Não haverá surpresas quanto ao tamanho e personalidade do animal. Você já consegue ver se ele é mais calmo, mais agitado, se aceita crianças entre outras coisas”, adverte o veterinário.
Diguinho foi um dos animais adotados nas feiras de adoção realizada mensalmente pela Subea. Bruno Tavares, seu novo tutor, disse que escolheu ele pelas suas características. “Diguinho era o mais animado daqueles animais, o maior também. Cheirava e abanava o rabinho para todo mundo. Fui à feira na intenção de pegar um filhote, mas quando eu o vi, me encantei”, declara o tutor.
O veterinário ressalta ainda que cachorros adultos são muito fieis ao seus novos donos. “Como eles passaram boa parte de sua vida em abrigos ou nas ruas, darão muito valor para seu novo lar. E dificilmente estragaram seus móveis ou farão suas necessidades em lugar indevido, como os filhotes”.
Tutoria responsável
Em dezembro é realizada a campanha de conscientização Dezembro Verde – Contra o Abandono, por ser o mês com maior incidência de abandono de animais por conta das festas de final de ano e viagens.
Pensando nisso, a Subea está realizando ações semanais nos bairros da Capital levando consulta veterinária, vacinação, vermifugação, e encaminhamento de castração para uma das clinicas credenciadas com a prefeitura. Edvaldo explica que essas ações visam facilitar o acesso dos munícipes aos serviços oferecidos pela prefeitura de forma gratuita e conseguir assim minimizar o aumento de animais abandonados pela cidade.
“O tutor precisa entender que quando ele decide ter um animal, ele será totalmente dependente dele. Por isso a importância de entender que para se ter um animal, a responsabilidade vai além de dar comida. Questões de moradia, financeira e familiar precisam ser levadas em consideração para evitar que futuramente esse animal seja abandonado”, ressalta o veterinário.
