Escutar atentamente as vozes daqueles que ativamente moldam e vivenciam o empreendedorismo e a criatividade, promover diálogos significativos e construir de dentro para fora.
Comprometida com essa visão inovadora, a Superintendência de Economia Criativa, vinculada à Setescc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania) realiza o sétimo encontro da jornada que pretende tornar Mato Grosso do Sul pioneiro no Plano Estadual de Economia Criativa.
Na última sexta-feira (17), aconteceu o sétimo encontro em Dourados, que reuniu a opinião e demandas de empreendedores criativos, para a construção do Plano. O Superintendente Estadual de Economia Criativa, Décio Coutinho, explica que muitas pessoas definem o termo como sendo apenas artesanato.
“É também artesanato, mas é muito mais, tem publicidade, arquitetura, o carro de som que passa na rua, TV, rádio, jornal, o cineasta que está captando a imagem”, avalia.
Dessa forma, Décio por meio de uma palestra populariza o conceito de Economia Criativa, e mostra para os empreendedores que o que eles fazem é complexo e tem muitas áreas incluídas.
Economia Criativa de Dourados
Joyce Cerrado, 37, é uma das empreendedoras animadas em contribuir com o Plano Estadual, ela faz acessórios a partir de flores naturais resinadas, e relata que a ideia surgiu a partir de uma frase de seu filho “mãe não deixa a florzinha que eu te dei morrer”, desse momento em diante decidiu que queria achar um meio de eternizar as flores que seu filho a presenteava.
Brincos, colares, pulseiras, presilhas, tudo eternizado com resina, foi onde Joyce se encontrou e hoje participa de feiras pelo estado todo, explica que seu trabalho começou despretensiosamente;
“Nunca tinha pensado em nada comercial, até que um dia apareceu uma orquídea no Instagram de uma americana e eu fiquei encantada, procurei quem fizesse aqui e não achei, ai eu comecei a fazer, mesmo sem pensar em nada comercial. Quando eu fiz meu primeiro brinco, meus amigos e familiares gostaram, foi aí que comecei a pensar em comercializar”, frisa.
Rosi Santos, conhecida como Rosi das Casinhas, faz réplicas de casas antigas com materiais reciclados. Todo o material utilizado são materiais encontrados e reciclados.
“Eu acho alguma peça que alguém ia descartar na natureza, e construo ela dentro da casinha ali como utilitário. Hoje eu consigo viver da minha arte, as pessoas descartam muitas coisas que ainda dá para aproveitar, então eu comecei a passar nas ruas e ver aquele estrado de cama com as pernas torneadas que eu imagino que é uma coisa muito difícil para o marceneiro fazer e é uma peça bonita. Muitos desses estrados de cama que o pessoal descarta são madeiras que nem se acha mais na natureza, eu olhava e falava, gente essas madeiras dão para reaproveitar”, relembra.
Já a Kombi Cartoon intitulada Menino Arteiro, é toda desenhada em preto e branco. Hudson Schleich 60 anos e Ivonete Martini 65, reciclam materiais e transformam em arte, a kombi passeia por Dourados levando arte e artesanato.
“Ele trabalha transformando peças, madeira, plástico, vidro, ferro, aço, louça, em peças novas, utilitárias e decorativas. Há 15 anos mais ou menos, como uma terapia ele trabalha com os artesanatos. Sempre presenteou amigos e familiares, ai em coisa de um ano e pouco, fomos convidados para expor isso, em feiras e eventos”, conta.
A Superintendência de Economia Criativa, em parceria com o Sebrae, Sesc e prefeituras municipais, segue cumprindo agenda pelo interior do estado, justamente por entender que o plano precisa atender às peculiaridades de cada região.
O próximo encontro regional será realizado em Três Lagoas no dia 28 de novembro finalizando os encontros pelo interior do estado.
Depois de finalizar os encontros regionais, todas as proposições serão debatidas em Campo Grande, no dia cinco de dezembro no Encontro Estadual. Data que será formalizado o Plano, para posterior envio do projeto de lei à Assembleia Legislativa. Cinco delegados de cada região foram escolhidos para participar do Encontro em Campo Grande.