Baseada nos dados do último Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), realizado em 2022, que aponta o crescimento populacional de Mato Grosso do Sul, a Sanesul (Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul) divulgou uma análise de novas tendências do ponto de vista socioeconômico e maior demanda de investimento nos 68 municípios que compreendem sua área de atuação.
De acordo com o órgão, com uma variação percentual de 12,6% no período 2010-2022, Mato Grosso do Sul possui hoje uma população de 2.757.013 habitantes, o que representa o sétimo maior crescimento percentual entre os estados brasileiros.
Vale observar que o crescimento populacional é um indicador importante para a análise socioeconômica e para o planejamento urbano, sobretudo, no levantamento de investimentos necessários em obras de infraestrutura de saneamento básico.
De acordo com a gerente da GEDES (Gerência de Desenvolvimento Empresarial), Márcia Helena Mello Santana, os resultados apresentados reafirmam a relevância da Sanesul no cenário demográfico do Estado.
“Com presença em 68 municípios, a empresa alcança mais de 60% da população estadual, ressaltando a centralidade de seu papel no fornecimento de serviços essenciais à comunidade”, atesta a gerente, referindo-se, entre outros aspectos, aos investimentos da empresa nos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário.
Segundo ela, a variação de 11,58% na população dos municípios atendidos pela estatal, somada à taxa média de ocupação dos domicílios, indica demanda contínua por serviços de abastecimento e esgotamento.
“Este crescimento populacional, sobretudo em áreas cobertas pela companhia, enfatiza a necessidade de contínuos investimentos, planejamento estratégico e inovações em infraestrutura para garantir a qualidade e eficiência dos serviços prestados”, continua Márcia Helena em análise divulgada em cima dos dados do IBGE e realizada pela Coordenadoria de Desenvolvimento Organizacional da GEDES.
Por determinação do governador Eduardo Riedel, o diretor-presidente da Sanesul, Renato Marcílio tem se dedicado a honrar todos os compromissos da concessionária dos serviços públicos nas cidades onde opera, levando saúde e qualidade de vida para a população.
Atualmente, a empresa atende cerca de 720 mil imóveis com água e 430 mil imóveis com esgoto, lembrando-se que a Sanesul atua na área urbana das localidades onde opera.
“Em relação à Sanesul, mais especificamente, observou-se uma variação de 11,58% da população total nos municípios em que está presente, verificando-se uma taxa média de ocupação dos domicílios particulares permanentes de 2,83 habitantes. A taxa de crescimento anual no período está dentro do esperado, o destaque está no crescimento populacional expressivo e concentrado em algumas cidades em detrimento de outros”. O conjunto total dos 68 municípios em que a empresa opera soma 1,72 milhão de habitantes, representando 62,37% do total da população estadual em 2022”, acrescenta Márcia Helena, sobre o levantamento estatístico do IBGE.
Ela enfatiza que a Sanesul, como principal agente de saneamento em grande parte do estado, carrega consigo a responsabilidade não apenas de suprir as necessidades imediatas, mas também de antecipar e preparar-se para as demandas futuras.
“A empresa deve, portanto, permanecer em sintonia com as tendências demográficas e as mudanças nas necessidades da população para assegurar que seus objetivos de prover serviços de qualidade, garantir a saúde pública e contribuir para o desenvolvimento sustentável de Mato Grosso do Sul sejam plenamente atingidos, conforme as diretrizes estabelecidas pela Diretoria Executiva da Sanesul e pelo Governo do Estado”, conclui.
Crescimento expressivo
Ainda segundo o novo Censo, algumas cidades sul-mato-grossenses, como Três Lagoas, demonstraram um crescimento significativo, ultrapassando outros municípios mais estabelecidos em termos de população absoluta.
Em contrapartida, houve municípios como Corumbá, que perderam em população absoluta e posição relativa.
No topo da tabela, há municípios que registraram um crescimento substancial em suas populações, como Chapadão do Sul, Costa Rica e São Gabriel do Oeste.
O crescimento mais expressivo é o de Chapadão do Sul, que apresentou um aumento de 64,7% na população. Para isso, podem ter contribuído diversos fatores, como desenvolvimento econômico local, atração de novos moradores devido a empregos, serviços ou qualidade de vida, entre outros.
De acordo com o IBGE, entre os Censos de 2010 e 2022, a população de Chapadão do Sul aumentou de 19.648 para 30.993 habitantes.
Além disso, é interessante ressaltar o caso do município de Paraíso das Águas, que não estava contemplado no Censo 2010, dado que não tinha sido fundado ainda, e alcança 5.510 habitantes em 2022.
O município de Campo Grande, apesar de ter um crescimento percentual menor (14,1%), em termos absolutos foi o que mais cresceu, adicionando mais de 110 mil novos habitantes à sua população. Sendo a capital, este crescimento pode estar associado a fatores como migração interna em busca de melhores oportunidades, crescimento econômico, dentre outros. Porém, o crescimento percentual é menos expressivo se comparado a outros municípios menores, o que pode indicar uma tendência de descentralização do crescimento demográfico provocado por novos polos de desenvolvimento socioeconômico.
Ainda conforme o levantamento, nem todos os municípios sul-mato-grossenses apresentaram crescimento. Alguns deles viram suas populações diminuírem durante este período tais como: Miranda, Camapuã, Alcinópolis, Jardim, Corguinho, entre outros.
Do total, 22 (27,8%) municípios apresentaram queda. O caso mais drástico foi Porto Murtinho, que viu sua população diminuir em 15,9%. Isso pode ser resultado de um fluxo migratório negativo, onde as pessoas se mudam para outros locais em busca de melhores oportunidades, ou pode ser uma consequência de taxas de natalidade mais baixas e taxas de mortalidade mais altas.
Ainda nesse contexto, é importante ressaltar o município de Corumbá, que apresentou uma redução de 7,1% em sua população de 2010 para 2022, caindo de 103.703 para 96.268 habitantes. Esse declínio significativo na população pode ser reflexo de fatores econômicos e sociais.
Paralelamente, Três Lagoas mostrou um crescimento robusto de 29,8%, passando de 101.791 para 132.152 habitantes no mesmo período. Isso fez com que a cidade ultrapassasse Corumbá em população absoluta.
Esse movimento oposto nos dois municípios pode estar relacionado a dinâmicas diferentes na geração de oportunidades de emprego, percepção de qualidade de vida e serviços públicos oferecidos.
Enquanto Três Lagoas pode ter atraído pessoas por suas oportunidades, Corumbá pode ter enfrentado desafios que levaram a um êxodo populacional.