MS ao Vivo deste domingo traz Rubel; Forró Ipê de Serra e Tecnofighters abrem o show

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O próximo domingo (10) será de muita festa no Parque das Nações Indígenas. É o MS ao Vivo, que traz com entrada gratuita shows como o docantor Rubel e atrações regionais como o Forró Ipê de Serra e o Technofighters. Os shows começam mais cedo desta vez, a partir das 15 horas, no Parque das Nações Indígenas, com entrada franca.

O MS ao Vivo é uma realização do Governo do Mato Grosso do Sul, Fundação de Cultura e Sesc MS, com apoio de 067 vinhos e Coco Bambu Campo Grande.

Technofighters

André Garde

Abrindo os shows sobe ao palco Technofighters, formado pelos DJs André Garde e Renato Tuluxx. Das tantas qualidades que compõem um artista, o amor em dar vida à arte, é primordial em seu crescimento. Nesse contexto, André Garde, prova em 18 anos de carreira, que deixar sua alma entregue ao lado artístico, torna-te atemporal.

Seja apresentando-se ou coordenando nos bastidores. Andando contra os holofotes, Garde acredita que somente encontramos o verdadeiro sentido da música eletrônica quando nos deparamos com nosso eu. Podendo, assim, evoluir e interpretá-la. Tal pensamento traz características peculiares em suas construções, no entanto, proporcionando sempre novas experiências.

“Tuluxx” é nascido em Campo Grande. Foi residente do Club pelos 5 primeiros anos de vida dele. Era o mascote dos DJS residentes já que só tinha 16 anos quando ganhou a residência à convite do Renato Ratier.

Com uma abordagem musical que transcende rótulos, o artista constrói fusões sonoras envolventes que vão do Deep ao Techno de forma elegante e quase imperceptíveis.

Misturando tradição e experimentação, Tuluxx transita entre clubs, raves e festivais além de ter uma linha tênue entre música e moda que o levaram a se apresentar no SPFW entre outros desfiles de moda. É o boss da Technofightes, uma das poucas festas que resistem tocando musica de vanguarda em Campo Grande, desde 2014. Também tem um programa semanal na Blink FM 102.

Tuluxx

Forró Ipê de Serra

Forró Ipê de Serra foi criada em janeiro de 2023, em Campo Grande, e vem conquistando desde então a admiração de vários forrozeiros amantes do pé de serra. Composta pelos músicos Alli (voz e violão), Rafael Bahia (voz e percussão), Janison Barbosa (sanfona) e Juninho (zabumba), o quarteto vem se apresentando semanalmente em diversos bares da capital.

A união de Rafael Bahia e Juninho (ex-integrantes do Forrózen, Alli (MPB MS/SP) e Janison Barbosa (Forró BA/SP), faz com que o grupo apresente uma mistura dos ritmos nordestinos como o forró, xote e baião, com versões dos clássicos da MPB.

Tendo um repertório influenciado por nomes como Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Alceu Valença, Fala Mansa, entre outros compositores do forró e da MPB, o Ipê de Serra também pretende em breve gravar e incluir suas primeiras composições autorais já criadas.

Forró Ipê de Serra

Rubel fecha o MS ao Vivo com a nova MPB

Atração principal da noite, Rubel dá um passo em direção a um caminho mais brasileiro e mais popular em seu álbum “As Palavras Vol. 1 & 2”, disco duplo, de 20 faixas, que é uma tentativa de registrar o sentimento de viver no Brasil durante os últimos anos.

Para isso, o cantor e compositor se apoiou no diálogo com diferentes vertentes da música brasileira e seus principais expoentes: Milton Nascimento, Gabriel do Borel, Liniker, Luedji Luna, BK, Bala Desejo, Tim Bernardes, Xande de Pilares, Mestrinho e MC Carol. O resultado é uma fusão ao mesmo tempo popular e experimental de Funk, Forró, Pagode, Samba, Hip Hop e MPB.

“As Palavras partiu de uma extensa pesquisa, que durou quatro anos, de imersão na literatura brasileira e da história do cancioneiro brasileiro”, conta Rubel. O resultado da pesquisa é uma ampliação dos temas e ritmos trabalhados por Rubel até então. As letras não abordam apenas suas vivências autobiográficas e pessoais: seus amores, desamores e descobertas.

Nessa nova jornada, o compositor tenta abordar a vivência de uma realidade brasileira a partir da história de outros personagens e de novos sentimentos (como em Torto Arado, inspirado no livro de Itamar Vieira, ou Na Mão do Palhaço, uma marcha satírica sobre um homem conservador de meia idade que encontra a redenção a partir do carnaval) buscando um balanço entre violência, paixão, ironia e afeto.

O disco propõe um diálogo entre a tradição e a modernidade. Um pé no passado e outro no futuro. As vinte faixas são divididas em dois lados. O lado 1 é calcado nos ritmos e estéticas contemporâneos, como o funk, a rasteirinha e o pagode moderno, resultando em dez músicas que flertam com uma faceta brasileira mais solar e otimista.

O lado 2, por outro lado, dialoga mais com o passado e a tradição, apresentando marchinhas, sambas, uma canção inspirada no Clube da Esquina (interpretada por Milton Nascimento) e duas releituras de Luiz Gonzaga.

O resultado do conjunto de músicas dessa segunda metade é mais melancólico e denso. Os lados se apresentam como metades complementares, uma solar e outra soturna, como dia e noite.

Depois de transitar pelo folk em seu primeiro trabalho (Pearl, 2013) e de se aventurar por uma mistura entre MPB e Hip Hop em seu segundo disco (Casas, 2018) – que contém parcerias com Emicida e Rincon Sapiência – Rubel lança um disco que transita o tempo todo por extremos.

Amor e desamor, violência e esperança, alegria e melancolia. A proximidade de artistas tão improváveis como Milton Nascimento e Gabriel do Borel reforça essas dicotomias, e parece borrar os limites entre o que é tradicional ou moderno, entre o que é sério e o que é piada, entre o que é erudito e o que é popular, entre o que sagrado e o que é profano – contradições que dialogam diretamente com a confusa experiência de ser um brasileiro atravessando o turbilhão político dos últimos anos.

Em meio a um país dividido e confuso sobre sua própria identidade e sobre os signos que possam definir o que ainda significa ser brasileiro, “As Palavras” se propõe a uma ambiciosa missão: relembrar o que a gente ainda pode amar nesse país.

Uma das sugestões apontadas por Rubel é a própria Música Brasileira. A Música Brasileira como ferramenta de invenção de um país – a força dos ritmos, a força das Palavras.

Serviço:
MS ao Vivo
Data: domingo, 10 de setembro de 2023
Horário: 15 horas
Local: Parque das Nações Indígenas
Entrada franca