A Prefeitura de Campo Grande, por meio da Subsecretaria de Defesa dos Direitos Humanos (SDHU) realizou nesta sexta-feira (01), o lançamento do programa “Letramento Faz a Diferença”, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (SEMED), que tem o intuito de alfabetizar a população idosa da Capital. O evento ocorreu no Centro de Convivência de Idosos Vovó Ziza, Bairro Tiradentes.
O objetivo do programa é colocar em prática as ações educacionais previstas no Plano Municipal de Educação, Lei Municipal nº 5.565/2.015 (PME), direcionadas as pessoas idosas para diminuir o alto número de pessoas idosas analfabetas, mal que afeta percentual considerável deste perfil populacional em nosso município.
“A alfabetização constitui-se uma poderosa ferramenta para a manutenção, prevenção e/ou recuperação da saúde para qualquer indivíduo. No caso da velhice, esta importância aumenta em situações de indivíduos morando sozinhos, idosos cuidando de idosos, ou de familiares que passam a maior parte do dia longe de seus idosos. Estamos implementando novas ações, trazendo novas possibilidade para os idosos de Campo Grande”, apontou a alfabetização da população idosa”, afirmou a prefeita Adriane Lopes.
O combate do analfabetismo de pessoas idosas mediante a oferta do Curso de Alfabetização com proposta pedagógica, terá início já a partir do ano letivo de 2024. Coordenador de Defesa dos Diretos da Pessoa Idosa da SDHU, Cid Pinto, explicou que o programa pretende colocar em prática o que já está previsto em lei e assim garantir a educação das pessoas idosas, especialmente aquelas que enfrentam a falta de letramento ou o analfabetismo.
“Queremos deixar claro que não estamos propondo uma lei. Estamos tentando implementar o que já está previsto na legislação, que garante a educação a pessoa idosa, especialmente as que têm falta de letramento ou é analfabeta. Em palestras e reuniões que realizamos em instituições voltadas a população idosa, nós identificamos que existe essa demanda pelo letramento”, explica Cid.
Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), dos cerca de 20 mil idosos que residem em Campo Grande, entre 30% e 40% enfrentam o desafio do analfabetismo.
Maria do Carmo, 70 anos, explica que já fez o EJA (Educação de Jovens e Adultos), mas que há três anos está sem estudar. “Sempre fui me virando sozinha e também aprendi muita coisa com uma professora que dava aula em casa. Só que ela ficou doente e faleceu. Depois fui para o EJA, mas faz uns três anos que parei. Era difícil não saber nada, até para pegar um ônibus. Depois de estudar por um tempo, eu sei ir e vir em um ônibus”.