Workshop sobre combate ao feminicídio atende lideranças comunitárias de Campo Grande

106

Para marcar o Semana Estadual do Combate ao Feminicídio em Mato Grosso do Sul, a Prefeitura de Campo Grande em parceria com Casa da Mulher Brasileira promoveu nesta terça-feira (06), o WorkShop “Combate ao Feminicídio – uma luta que também é sua”, voltado para lideranças comunitárias da Capital.

“Esse evento tem o objetivo de estimular a interlocução e reflexão sobre a integração das políticas públicas voltadas às mulheres, com os objetivos de garantir direitos e combater desigualdades, discriminações e todas as formas de violência. E ninguém melhor que essas lideranças hoje aqui, que representam comunidades e levam daqui informações que podem criar redes de proteção em seus bairros”, apontou Carla Stephanini, subsecretária de Políticas para Mulher (Semu), anfitriã do evento.

Cerca de 50 representantes de Associações de Moradores de Campo Grande participaram da palestra, ministrada Promotora de Justiça do Tribunal do Júri de Campo Grande, Luciana Rabelo. A advogada foi convidada a compor um Grupo de Trabalho da ONU Mulheres no Brasil, por sua atuação especializada em julgamentos pelo Tribunal do Júri.

Marta Macedo é presidente da Associação de Mulheres e Mães no Bairro Cidade Morena. A entidade beneficente atende cerca de 90 mulheres da comunidade, com encaminhamentos ao mercado de trabalho, assistência social, cursos profissionalizantes, ações estas em parceria com a Prefeitura. Para a liderança comunitária, o Workshop é importante para levar informação ao grupo e assim, debater e refletir seus relacionamentos interpessoais.

“Pela palestra, entendi que deve se manter sempre em primeiro lugar, a vigilância com as mulheres que convivem a nossa volta. Muitas sofrem agressões dentro de casa e nem imaginamos que ocorre. Mas é possível reparar pelos sinais: algumas somem mesmo do convívio por um tempo, ou param de conversar com outras, ou deixam de frequentar os cursos inesperadamente. É nesse momento que devemos talvez oferecer uma conversa, um apoio. Falar sobre feminicídio nunca é repetitivo, é uma pauta que deve ser constante”, apontou Marta.

Eduardo Menezes é outra liderança comunitária que participou do Workshop promovido pela prefeitura em parceria com o Governo do Estado. Presidente da Associação dos Moradores da Moreninha IV. Eduardo também confirma que eventos relacionados ao combate do feminicídio sempre dão força para as redes de apoio às mulheres vítimas de violência.

“No meu bairro residem cerca de 600 famílias, sendo que 450 são cadastradas em nossa associação, onde oferecemos apoio e atendimento às demandas da comunidade. E muitas vezes, chega casos de mulheres vítimas de violência, da qual damos toda a atenção especial. Informação nunca é demais, devemos sempre estar levando esse assunto para as sete regiões da Capital”, disse.

Serviço

A Casa da Mulher Brasileira de Campo Grande está sob a gestão administrativa da Prefeitura Municipal, por meio da Subsecretaria de Políticas para a Mulher (SEMU), órgão gestor das políticas públicas para as mulheres no âmbito local. A estrutura contempla os diversos serviços e setores necessários para que a mulher possa enfrentar a situação de violência de forma integral.

Assim, oferece atendimento 24 horas por dia, todos os dias da semana, nos setores: recepção, acolhimento e triagem, serviço de apoio psicossocial, alojamento de passagem (para abrigamento temporário de até 48 horas, para mulheres em risco de morte), brinquedoteca (para o acolhimento de crianças de 0 a 12 anos que não estejam acompanhadas por outros adultos, enquanto a mulher é atendida) e Central de Transportes (para o deslocamento de mulheres até os serviços da rede externa, como o Instituto de Medicina e Odontologia Legal ou unidades de saúde).

Além desses serviços, a Patrulha Maria da Penha – PMP (grupo de agentes da Guarda Civil Municipal, ligado à Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social), também oferece atendimento 24 horas. A Patrulha Maria da Penha, atua de forma articulada com a 3ª Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, no monitoramento das medidas protetivas de urgência, realizando visitas domiciliares às vítimas, bem como atendendo chamados de mulheres com medidas protetivas de urgência, pela Central de Atendimento, telefone 153.

A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (1ª DEAM) também oferece atendimento ininterrupto a mulheres vítimas de todas as formas de violência, em articulação com os demais serviços da CMB, como forma de garantir a integralidade do atendimento.