Com clima e solo favoráveis, MS prepara Plano Estadual para ampliar a fruticultura comercial

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Quem disse que Mato Grosso do Sul não produz frutas? Pois bem, o Estado tem terras, solo e climas favoráveis ao desenvolvimento de fruticultura principalmente de cítricos. De olho neste potencial, a Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), por meio da secretaria Executiva de Desenvolvimento Econômico e Sustentável, está preparando o Plano Estadual de Fruticultura.

De acordo com a engenheira agrônoma da Semadesc, Karla Nadai, responsável pelo projeto, atualmente no Estado a fruticultura ainda é incipiente, mas já possui plantios isolados. “A atividade, apesar de muitos pensarem, não necessariamente está sendo tocada pela agricultura familiar. Temos fruticultura nestas pequenas propriedades como mais uma opção de diversificação da produção. Mas existem pomares de porte empresarial e comercial”, esclarece a agrônoma.

Segundo ela, Mato Grosso do Sul conta com regiões que são produtoras de goiaba, mamão, abacaxi, abacate, manga, banana e citrus. “São regiões importantes que vem atendendo o entorno de Campo Grande. Mas principalmente temos produção saindo do Estado e que não passa pela assistência técnica da Agraer. Alguns são atendidos pelo SENAR no interior e outros têm assistência técnica particular”, acrescenta.

Por isso os dados sobre o perfil do setor estão sendo coletados. Recentemente a equipe técnica da Semadesc visitou um citricultor de Três Lagoas que tem plantio comercial de 200 hectares de cítricos. “Estamos saindo a campo visitando esses produtores. Estou conversando com atores principalmente da assistência técnica privada e com o Senar”.

Outra visita técnica ocorreu na prefeitura de Costa Rica. “No município eles têm um programa onde adquiriram mudas e estão disponibilizando para o produtor assistência técnica custeada pela prefeitura. Além disso temos plantios de frutas em Figueirão, Costa Rica, Paraíso das Águas e Camapuã, cuja produção está sendo comercializada no estado de Goiás. Não estão passando pelo Mato Grosso do Sul”, afirmou destacando que a meta é justamente cativar este mercado.

A gestora conta ainda que a Semadesc está entrando em contato também com a Coopgrande (Cooperativa Agrícola de Campo Grande) que também tem um número expressivo de produtores de frutas da região de Jaraguari, Campo Grande, Terenos e Dois Irmãos do Buriti. “Já identificamos também algumas variedades que eles já vêm produzindo. Por isso acreditamos que, somente aqui no entorno de Campo Grande tenhamos uns 150 produtores de frutas”, destaca.

Potencial

Diante do potencial da atividade, a Semadesc está fazendo um levantamento destas informações relacionadas ao segmento. “Hoje não existe um órgão nem estadual, nem particular que faça este levantamento. Nós estamos prospectando para poder escrever um plano dentro da realidade. Já que o plano estadual ele não prevê ações específicas para o pequeno, médio ou grande produtor. Ele prevê o desenvolvimento do estado e da atividade como um todo”, frisou.

Ela lembrou que as terras sul-mato-grossenses estão sendo procuradas por grupos de citricultores de São Paulo que estão querendo expandir sua fronteira. “Por um problema sanitário na região de São Paulo eles estão buscando Mato Grosso do Sul como uma alternativa por ter clima apropriado, solo e disponibilidade de água para iniciarem os plantios de pomares de citrus, principalmente os voltados para produção de suco”, enfatizou ela.

A agrônoma esclarece que a questão sanitária vegetal é uma grande preocupação que já existe no Estado. “No Plano Estadual a nossa prioridade é colocar a questão sanitária em consonância com a Iagro, para que as doenças não se instaurem aqui no Estado. Então, dentro do plano estadual vai ter toda uma ação de manejo sanitário tanto dos viveiros de mudas, quanto próprios pomares”, afirmou.

O titular da Semadesc, Jaime Verruck, salienta que Mato Grosso do Sul tem hoje uma grande oportunidade no cenário da fruticultura, especialmente no setor de laranjas para produção comercial. “Mato Grosso do Sul tem hoje condições de terras férteis, clima e segurança jurídica para que grupos de investimentos do estado de São Paulo venham para cá trabalhar no desenvolvimento da citricultura”, finalizou.

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