“A fotografia é o que eu mais me identifico na minha faculdade e até antes do curso. Eu quis fazer minha faculdade principalmente porque tinha fotografia e diversas áreas na cultura, também, que é uma coisa que eu gosto bastante”. Um pouco tímido, mas bastante interessado, Pedro Henrique Pilar, 23 anos, estudante do último semestre do curso de Audiovisual da UFMS, é um dos participantes do “Curso de Fotografia: Semi/Pro e Mirroless”, que começou na tarde desta terça-feira, 11 de abril de 2023, no Museu da Imagem e do Som, unidade da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul.
Pedro é estagiário da Fundação de Cultura, na Difusão Cultural, desde o ano passado. Já atua como fotógrafo, mas seu sonho é que esta atividade se torne sua profissão. “Eu faço alguns trabalhos como free-lancer, e quando tem algum edital para fotografia eu participo, eu fiz uma exposição fotográfica no Sarau no Parque e o meu trabalho de TCC foi uma exposição fotográfica também”.
O radialista e geógrafo de 38 anos, Michel Alves, também partilha com Pedro o desejo de trabalhar com fotografia. “Já trabalhei em TV e em rádio, cheguei a ser diretor de TV. No final do ano eu já peguei uma turma para fazer a formatura deles, então vai dar o tempo para eu conseguir comprar o meu equipamento”.
Michel já fez o primeiro módulo do Curso de Fotografia no MIS, e acha importante acompanhar a evolução da tecnologia na área da fotografia. “O primeiro módulo do curso me chamou muito a atenção, porque é uma nova tecnologia comparada à que eu tive na minha graduação de Rádio e TV. Como eu me formei em 2010, o celular ainda estava engatinhando com essas novas incorporações dentro dele. Como eu não tenho tanta vivência direta com a câmera, então resolvi fazer todos os módulos para relembrar também o que eu vivi na faculdade”.
Outro participante do Curso, o músico Pedro Paulo de Souza Fattori, de 26 anos, pretende se aperfeiçoar para trabalhar com a imagem profissional dos seus colegas músicos e bandas.
”Decidi fazer este curso porque eu já trabalho com áudio e agora estou me interessando em trabalhar com vídeo também, com imagem, foto e vídeo no estúdio e em eventos também. E como eu já sou músico, tem uma demanda muito grande de a gente produzir nosso próprio material, as próprias fotos, de trabalhar com nossa própria imagem, e isso já vai suprir esta demanda com qualidade. Eu já estive aqui em mostras de cinema e na Feira de Música do Campão Cultural, com o Duo Vozmecê a gente já prestou alguns serviços para a Fundação de Cultura, já tocamos em alguns festivais, e é sempre bom aproveitar estes espaços, estar ciente do que está rolando na Fundação e ocupar esses espaços”.
O ministrante do Curso e também gestor do MIS, Alexandre Sogabe, afirmou que os participantes são atraídos pelo desejo de conhecer mais sobre fotografar, sobre operar as capacidades técnicas da câmera, usar melhor os recursos. “Eu acho que a atividade presencial se coloca como uma alternativa um tanto rara, porque a gente tem várias oportunidades de ensino a distância, mas as presenciais são mais raras. Este é o diferencial do curso”.
O curso começou a ser oferecido pela Fundação de Cultura de MS em 2008, mas ao longo do tempo foi sendo modificado, ampliado, revisado. “A gente começou com as câmeras compactas, só que hoje elas nem existem mais, é um uso bem restrito. Aí ao longo do tempo a gente modificou o conteúdo voltado para o celular, incluindo iluminação e também as câmeras profissionais e semiprofissionais. E hoje a gente está vivendo uma outra transição, em que as profissionais de médio e grande porte estão deixando de existir para surgir a Mirrorless, que é uma nova tecnologia, mais compacta e mais eficiente que as câmeras usuais”.
“Esta área de fotografia, de tecnologia, é uma área que está sempre com inovação. A gente tem sentido que a fotografia está migrando para o mobile, dispositivos móveis, e a fotografia profissional tem ficado mais com essas câmeras Mirrorless, é uma tendência mesmo, de todas as câmeras profissionais. E o curso que ministramos aqui no MIS é um curso de livre aperfeiçoamento, de 40 horas, quatro módulos, cada módulo com dez horas. Não é um curso de capacitação, não é um curso profissionalizante. Para capacitar seriam no mínimo 200 horas, e a gente oferece apenas 40 horas, que é mais para conhecer e apontar alguns caminhos”, explica Alexandre.
Para o coordenador do MIS, a Fundação de Cultura se mantém como um farol de conhecimento. “Aqui a gente já teve a oportunidade de introduzir vários alunos que mais tarde se tornariam profissionais da área de fotografia e de outras áreas também, do jornalismo, da publicidade, do design, das artes visuais, e essas nossas experiências também originaram várias outras atividades, frutificaram também informações em parceria com o Senac, formações em parceria e especializações com ensino superior também. Então, a Fundação manter o curso de fotografia é manter um grupo que reflete, estuda e divulga a arte da fotografia em Mato Grosso do Sul”.
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