O Lacen/MS (Laboratório Central de Saúde Pública de Mato Grosso do Sul) da SES (Secretaria de Estado de Saúde) passará a fazer sequenciamento genômico de micobactéria da tuberculose (Mycobacterium tuberculosis). Todo o treinamento será ofertado por pesquisadores da Universidade de Stanford – Califórnia, nos Estados Unidos, dentro do Projeto Estratégia de Controle da Tuberculose nas Prisões.
A implementação do sequenciamento genômico auxiliará no entendimento de aspectos ligados à doença e à sua transmissão, pois é um método de diagnóstico com potencial e diferentes possibilidades de uso na tuberculose. Além de detectar as mutações de resistência do bacilo é também um instrumento capaz de auxiliar nos estudos de transmissão da doença.
“No Lacen é feita a cultura dos casos positivos pelo teste rápido molecular e agora, a partir desse ano, vamos implementar o sequenciamento de micobactéria tuberculose. Vieram três pessoas da Universidade de Stanford que farão um treinamento específico com a equipe do Lacen na próxima semana. Então o Lacen vai estar capacitado e fazendo esse sequenciamento para amostras do nosso projeto, mas também de outras cidades do estado”, esclarece o médico infectologista e pesquisador da Fiocruz, dr. Julio Croda.
“Agora o nosso Lacen vai poder fazer o sequenciamento genômico das amostras de tuberculose, então para nós é um ganho de tecnologia, de inovação. É uma transferência de inteligência para nós”, finaliza a secretária de Estado de Saúde em exercício, destaca a secretária de Estado de Saúde em exercício, Dra. Crhistinne Maymone.
Sobre a pesquisa
Resultado de uma parceria entre a SES (Secretaria de Estado de Saúde), Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e a Universidade de Stanford – Califórnia, nos Estados Unidos, o Projeto Estratégia de Controle da Tuberculose nas Prisões apresentou a atualização de dados das pesquisas e cronogramas para o ano de 2023 dos trabalhos desenvolvidos com a população prisional de Mato Grosso do Sul.
Segundo o médico infectologista e professor da Universidade de Stanford, Jason Andrews, o projeto tem a finalidade de testar novas ferramentas e estratégias de redução da tuberculose nas prisões que possam ser adotadas em todo o Brasil e em outros países.
“Nosso objetivo é desenvolver abordagens que sejam eficazes e possam ser um modelo global para lidar com as disparidades de tuberculose em populações privadas de liberdade”.
Responsável pelo estudo, o médico infectologista e pesquisador da Fiocruz, dr. Julio Croda, destaca que é importante a apresentação dos resultados para entender a melhor forma e periodicidade para ofertar o diagnóstico.
“Nossa conclusão foi que precisamos ofertar com maior frequência os exames, por conta das questões ambientais desses locais, pretendemos fazer a cada quatro meses. Se detectarmos mais cedo a tuberculose nesses pacientes, evitamos a transmissão. Também pudemos observar pacientes menos graves, então verificamos que a letalidade da doença diminuiu dentro dessas prisões que temos o projeto”, finaliza Croda.
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