Projeto do engenheiro Camilo Boni, o prédio localizado no coração de Campo Grande, na esquina da avenida Afonso Pena com a Calógeras foi totalmente restaurado e entregue em uma grande festa, neste domingo (19), pelo Governo do Estado.
Construído entre 1918 e 1923, o local foi a primeira sede do Banco do Brasil, tendo até hoje o cofre como uma das atrações, mas desde 1º de setembro de 1975 abriga a Casa do Artesão. E em 1994, a edificação foi tombada como patrimônio histórico estadual.
No espaço, 800 artesãos expõem 3 mil produtos para comercialização. São peças de arte popular, artesanato (inclusive indígena) e produtos alimentícios típicos. Os expositores são pessoas como Jana Clara Arguello, que é designer pós-graduada em design artesanal e classificou a restauração como “maravilhosa”.
“Essa Casa é uma conquista porque a gente a vida inteira quis que ela fosse reestruturada do jeito que está, moderna, colocando nosso artesanato em um patamar que o Brasil inteiro conhece, mas que Campo Grande não conhecia e agora vai conhecer com a Casa do Artesão”, afirmou.
Para o governador Eduardo Riedel, a restauração do prédio fortalece a economia criativa, preserva e divulga a cultura e o turismo e a história de Mato Grosso do Sul. “É um prédio tombado há 48 anos, quase 50. Mais do que isso, é um espaço arquitetônico que remete a nossa história e um espaço da economia criativa. Mais de 800 artesãos expõem aqui, então, demonstra um pouco a força da economia criativa, da nossa arte, da nossa cultura. É uma alegria reinaugurar a Casa do Artesão depois de quase 100 anos”, destacou. Ele inaugurou a restauração ao lado da primeira-dama, Mônica Riedel.
O investimento foi de R$ 2,5 milhões de recursos do Governo do Estado. A unidade passou por restauração completa, desde instalações elétricas e hidrosanitárias, a elementos arquitetônicos, banheiros, esquadrias e pintura.
O secretário de Estado de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania (Setescc), Marcelo Miranda, destacou a relação do local com a criação e o desenvolvimento do Estado de Mato Grosso do Sul. “Este é um prédio histórico que tem um valor cultural muito grande em vários sentidos. Foi a primeira agência do Banco do Brasil do Estado, virou Casa do Artesão praticamente na criação de Mato Grosso do Sul, então, coincide com a nossa história, com a história sul-mato-grossense”, declarou.
Ele disse ainda que, cada vez que um turista visita e leva um artesanato, está multiplicando e difundindo a cultura sul-mato-grossense. As peças de muita qualidade e aqui acaba sendo também um atrativo turístico para que as pessoas venham conhecer e levem um pouco da nossa cultura”.
Para o diretor do Estúdio Sarasá Conservação e Restauração, Antonio Luís Ramos Sarasá Martin, responsável pela restauração, a entrega tem um significado especial. “A inspiração vem do próprio edifício. O edifício conta a sua história. Esse é o grande lance: que o próprio estúdio trabalha com essa filosofia do aprendizado. Então, nós vamos buscar esses elementos materiais, saberes e fazeres e aplicar essas técnicas, só que essas técnicas são encantadas, então ficou muito mágico ver que as paredes transpiram, que a argamassa era necessária nessa transpiração. Então, é um encanto e a gente trouxe essa magia um pouco para cá. Estamos entregando muito mais do que casa, estamos entregando também alma dos artistas e poetas para cá”.
Já o secretário de Estado de Governo e Gestão Estratégica, Pedro Caravina, lembrou que a restauração da Casa do Artesão teve início quando Eduardo Riedel ainda era secretário de Infraestrutura. “Para mim é uma emoção mais do que especial, porque esse processo de restauração iniciou quando a gente estava na Secretaria de Infraestrutura. O nosso hoje governador era o secretário de Infraestrutura, eu era o adjunto, e foi dentro do programa de restauração de vários prédios importantes, vários locais importantes que contam a história da cultura sul-mato-grossense, um deles era a Casa do Artesão”.
A secretária-adjunta da Setescc, VIviane Luiza da Silva, lembrou que “a Casa do Artesão é referência para todos os artistas de Mato Grosso do Sul”. “Fomentar a economia do artesão é entregar um pouco da nossa história para cada uma das pessoas que vem visitar Mato Grosso do Sul, sem contar que aqui tem mais obras, diferentes artes, aqui, indigena, pantaneiro, ribeiros, quilombos, todas as artes que compõem as nossas origens sul-mato-grossenses”, declarou.
E o diretor-presidente da Fundação de Cultura de MS, Max Freitas, também falou da importância da restauração. “Esta obra é um marco da retomada das ações de restauração do governo e também um retorno do comércio de artesanato, de exposições e da reabertura à população de um prédio histórico da nossa capital”.