Ciência é solução para devolver à erva-mate status de ‘ouro verde’ no Estado

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Apesar do seu valor histórico, social e econômico, a produção de erva-mate tem decrescido em Mato Grosso do Sul ao longo dos anos. O mestre em Produção Vegetal e pesquisador do Centro de Pesquisa e Capacitação da Agraer (Cepaer) Felipe Neves explica que existem lacunas no “manual” de produção destas plantas no Estado que precisam ser preenchidas.

“Os principais entraves estão associados à escolha da área, preparo adequado do solo, épocas de plantio, sistema de plantio (monocultivo ou em sistemas agroflorestais) e seleção do melhor espaçamento para o bom desenvolvimento das mudas”.

Dessa forma, o investimento em ciência é fundamental. Felipe diz que poucos estudos sobre a erva-mate são feitos no Estado.

“No contexto regional e local de exploração, o Estado apresenta a menor produção nacional. Segundo dados do Sindicato dos Produtores de Erva-Mate de Mato Grosso do Sul – Sindimate, mais de 90% de toda erva-mate consumida em nosso estado é produzida fora”, afirma o pesquisador do Cepaer.

Segundo ele, historicamente, a erva-mate é fundamental para a economia de muitos municípios do Brasil e, atualmente, é um dos principais produtos florestais não madeireiros produzidos no Brasil.

“O setor ervateiro, que já teve um ciclo econômico de ampla expansão na qual era chamado de “Ouro Verde”, passou por um período de estagnação na cadeia produtiva, resultando na queda dos investimentos e no desenvolvimento de tecnologias”, afirma.

Pensando nessa problemática Felipe, em conjunto com o colega pesquisador do Posto Avançado da Agraer no Assentamento Itamaraty, Rogério Guerino Franchini, conduzirão um projeto de pesquisa que estudará a sobrevivência, crescimento e desenvolvimento de mudas de erva mate (Ilex paraguariensis) sob diferentes épocas de plantio e tipos de mudas em Mato Grosso do Sul.

O estudo foi aprovado em um edital da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect).

Atualmente, segundo Felipe, o mercado ervateiro vem mostrando reação positiva à descoberta do potencial da erva-mate pelo mercado internacional destacando-se como uma oportunidade no desenvolvimento socioeconômico de milhares de famílias de agricultores familiares.

Passo a Passo

O estudo irá avaliar o efeito do tamanho do recipiente, tipo de substrato, irrigação e da época de plantio sobre a taxa de sobrevivência e o desenvolvimento de mudas de erva-mate.

Segundo Felipe, o intuito é desenvolver a tecnologia de plantio de mudas de adaptada às condições de solo e clima de Mato Grosso do Sul.

“Além deste trabalho financiado pela Fundect será realizado também um plantio com as principais cultivares comerciais de erva-mate disponíveis no mercado e também mudas de plantas nativas do Mato Grosso do Sul para avaliar a adaptação e produtividade dessas cultivares pensando na seleção dos melhores materiais genéticos para produção em nosso Estado”, completa o pesquisador.

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