Logística e investimentos fortalece e cria novos produtos turísticos no Pantanal

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Desbravar o Pantanal, acompanhando comitivas de gado ou realizando safaris em áreas de concentração de água e animais, como a onça-pintada, e viajando em barcos-hotéis pelos rios da bacia, é uma das principais e prediletas atividades de ecoturismo que atrai turistas do Brasil e do mundo. Imagine chegar ao pulmão desse ecossistema fantástico de carro, cruzando seus pantanais, e conhecer outra realidade, a de uma região que ficou isolada secularmente?

Novas experiências e vivências pantaneiras serão possíveis, a partir de 2023, com a integração rodoviária que está sendo promovida pelo Governo do Estado a partir da implantação de 1,5 mil km de estradas primárias (cascalhadas, com aterro e drenagem) nos municípios de Corumbá, Miranda, Porto Murtinho, Aquidauana, Rio Negro, Rio Verde e Coxim. Um dos novos acessos chegará a Poconé (MT), interligando-se com a Transpantaneira no Porto Jofre.

Nos próximos meses, será possível sair da Estrada-Parque, em Corumbá, e chegar de carro de passeio a Rio Verde ou Coxim – e vice-versa -, pelas MS-228 e MS-423, cujo trajeto era impossível de ser realizado devido aos obstáculos naturais e primitivo no caminho (concentração de areia e alagados). Ou sair de Bonito pela MS-345 (Estrada do 21) e pegar a BR-419, ambas em obras de pavimentação, e chegar à porção norte do Pantanal por Aquidauana.

Diversificar a oferta

Se para a pecuária será a redenção, a abertura de estradas com projetos sustentáveis e trafegável o ano todo beneficiará o turismo ao criar novos roteiros e fortalecer um destino já consolidado. “Um dos pontos básicos para se desenvolver o turismo e conhecer um destino ou formatar um roteiro é o acesso. A primeira questão é: como chegar, tem estrada?”, afirma Bruno Wendling, diretor-presidente da Fundtur (Fundação de Turismo de MS).

Os investimentos (R$ 930 milhões) na malha viária pantaneira, segundo ele, são fundamentais para conectar destinos que já recebem turistas – Pantanal e Bonito –, oportunizar a venda de roteiros integrados – exemplo concreto: Corumbá-Rio Verde-Coxim – e atrair capital privado na implantação da infraestrutura de receptivo e hospedagem e novos produtos. “O acesso está garantido, agora depende do privado entrar em ação e aproveitar o momento”, observa.

“A Fundação está pronta para dar total apoio, como sempre fez nesses oito anos, com comercialização, promoção, vendendo o Estado em grandes feiras nacionais e internacionais e trazendo agentes e jornalistas para conhecerem os novos caminhos e atrativos”, diz Wendling. “As estradas no Pantanal vão reduzir distâncias e deslocamentos para novos produtos, bem como os custos. É fantástico, um novo ciclo para diversificarmos a nossa oferta turística.”

Integrando o Cerrado

O titular da Fundtur também destaca que o fortalecimento dos principais destinos será uma consequência, vindo a reboque de uma visão desenvolvimentista do governo. “Essa integração na prática era necessária, sempre trabalhamos Pantanal e Bonito associados na parte de governança e agora chega a infraestrutura para consolidar”, disse. “O governo está presente com um pacote completo, além do apoio à promoção e divulgação do Estado.”

Bruno Wendling vislumbra novos horizontes para o turismo com a logística em implantação, citando a possibilidade de se integrar também outro bioma, o Cerrado, a partir da Serra da Alegria (MS-423), em Rio Verde, ou das cachoeiras, grutas, sítios arqueológicos, cânions, abismos, serras com pinturas rupestres pré-históricas e rios piscosos que compõe os atrativos da Rota Norte, formada por dez municípios. “Um macro perfeito para se vender”, cita.

Com a manutenção da política de turismo garantida pelo governador eleito Eduardo Riedel, na sua avaliação, “o avião decolou e vamos atingir limites até agora não alcançados em visibilidade”. Uma política fundamentada na capacidade da gestão público-privada e estratégias de mercado, que se mostraram eficazes. “Não é atoa que estamos sendo premiados todos esses anos e vamos ser referência em ecoturismo na América do Sul”, sustenta.