Regionalização da saúde reduz pacientes do interior na Capital

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A regionalização da saúde em Mato Grosso do Sul está reduzindo a vinda de pacientes do interior para Campo Grande. Isto se deve a uma série de investimentos do Estado, com a construção de novos hospitais, qualificação dos atendimentos e fortalecimento da saúde pública.

Levantamento mostra que 7 de cada 10 pacientes que estão internados na Santa Casa são de Campo Grande. Se levar em conta a macrorregião da Capital, que incluem as cidades vizinhas chega-se a 90% dos pacientes.

No primeiro quadrimestre deste ano (janeiro a abril), a Santa Casa teve 12.040 pacientes internados, sendo 11.062 moradores de cidades dentro da macrorregião de saúde e 8.535 do município de Campo Grande. Isto mostra que as demais regiões estão com estrutura e capacidade para atender sua população.

Mesmo Campo Grande tendo gestão plena da saúde, ou seja, o município é o responsável pela parte financeira e administrativa do sistema público local, o Governo do Estado contribuiu com mais de R$ 255 milhões para Santa Casa desde 2016, sendo R$ 52,291 milhões apenas no ano passado e já foram R$ 31,788 milhões neste ano.

Presença na Capital

Além da ajuda para Santa Casa, o Governo do Estado também conta com outros hospitais importantes, como o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, que não recebe nenhum dinheiro da prefeitura. “Não recebemos nem R$ 1 da prefeitura, só os repasses que ela faz do dinheiro do Ministério da Saúde. O investimento do Município é zero”, explica o diretor-presidente do HRMS, Lívio Viana de Oliveira Leite.

A cada 10 pacientes internados no Hospital Regional, 7 ou 8 são moradores de Campo Grande. O relatório das internações de 2019 a julho de 2022 mostra que de 49.027 internações, 35.549 são de moradores da Capital sul-mato-grossense, o que equivale a 76,59%. Localizados em uma das regiões mais populosas de Campo Grande, o hospital também atende à demanda espontânea de pacientes. “Somos porta aberta, quase uma UPA”, diz Lívio.

Das internações no HRMS, 90% são de moradores da microrregião de saúde de Campo Grande, compreendendo a Capital, Sidrolândia, Terenos, São Gabriel do Oeste, Rio Negro, Ribas do Rio Pardo, Nova Alvorada do Sul, Maracaju, Jaraguari, Figueirão, Costa Rica, Corguinho, Chapadão do Sul, Camapuã e Bandeirantes.

 Em Campo Grande, além dos hospitais do Trauma (Santa Casa), concluído após 21 anos, e do Hospital de Câncer de Campo Grande – Alfredo Abrão (HCAA), que foi ampliado, o Governo também irá entregar mais duas unidades: o Hospital do Idoso, que ficará dentro do complexo do São Julião, e o Materno-Infantil, ao lado da maternidade Cândido Mariano.

Investimento no interior

O Hospital Regional de Coxim “Álvaro Fontoura” é um dos exemplos desta regionalização. A unidade atende a população de 40 municípios da região Norte do Estado, dispondo de 10 leitos para UTI adulto e um centro de hemodiálise, que presta assistência a 60 pacientes, com 60% de resolutividade.

“O hospital está à disposição de uma população de 80 a 100 mil habitantes, sendo referência na regionalização da saúde, com a realização de cirurgias, por meio do programa Opera MS, assim como hemodiálise e atendimento de alta complexidade. Isto contribui de forma direta para saúde pública de toda região”, afirmou o diretor-geral do hospital, Devanir Rodrigues Pereira Júnior.

Inaugurado há dois meses, Hospital da Costa Leste Magid Thomé, em Três Lagoas, teve o investimento R$ 122,4 milhões, será referência no atendimento de média e alta complexidade para os moradores de Água Clara, Aparecida do Taboado, Bataguassu, Brasilândia, Cassilândia, Inocência, Paranaíba, Santa Rita do Pardo, Selvíria e de Três Lagoas.

”Esta política de regionalização da saúde realizada pelo Estado é fantástica, pois permite que o paciente possa ser tratado perto da sua residência, do lado dos seus familiares, sem precisar viajar para Campo Grande. O Hospital Regional da Costa Leste paga esta dívida histórica para região”, disse o diretor-geral da unidade, Demétrius do Lago Pareja.

Demétrius destacou que a agora a região tem a sua disposição o serviço de saúde de alta complexidade. “Este paciente vai dispor de qualidade no atendimento e tratamento, que só os grandes centros tinham à disposição”. A unidade foi construída em uma área de 26,4 mil metros quadrados, em um prédio com blocos setorizados, que vai dispor de 116 novos leitos.

Ampliação de unidades

Em Jardim, na região Sudoeste, houve a ampliação do Hospital Marechal Rondon, com um investimento de R$ 4,16 milhões. O Governo triplicou a capacidade de atendimento da unidade, sendo seis vezes maior que o antigo. “Somos um hospital de pequeno porte, dando apoio a cidades vizinhas como Guia Lopes, onde não se realiza partos. Atendemos na média complexidade, com cirurgias eletivas, tendo 30 leitos à disposição”, destacou o diretor do hospital, Tony Siqueira.

Também segue em construção o Hospital Regional de Dourados, que terá 210 leitos em várias especialidades médicas, com enfermaria, UTI adulto, neonatal e pediátrica, leitos de observação adulto, centro cirúrgico e obstétrico e pronto atendimento, entre outros. A unidade receberá pacientes dos 34 municípios da Grande Dourados, Conesul e Faixa de Fronteira. O investimento previsto é de R$ 26,4 milhões.

Somente em 2021, a Secretaria de Estado de Saúde investiu mais de R$ 2 bilhões em Mato Grosso do Sul, sendo que 88,25% desse montante foi de recursos próprios. A maior parte dos recursos foi aplicada na execução de obras, investimento para fortalecer a rede própria de saúde e apoio aos municípios, além de investimentos nas ações voltadas à Atenção Primária de Saúde.

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