Mato Grosso do Sul terá quase 80%, ou pouco mais de R$ 50 bilhões de um total de R$ 63 bilhões que serão investidos no setor de celulose nos próximos anos. Os dados constam em matéria publicada recentemente no jornal Valor Econômico. O desempenho da cadeia produtiva levará MS a consolidar-se como o Vale da Celulose, com empreendimentos na indústria e ampliação do maciço florestal.
Em indústrias, MS terá R$ 19,4 bilhões da Suzano na planta de Ribas do Rio Pardo, e conta mais recentemente com a garantia da fábrica da Arauco prevista para 2024 em Inocência que vai garantir mais R$ 20 bilhões. Isso sem contar com os investimentos destinados à ampliação do maciço florestal.
Em evidência no cenário nacional da celulose, com projetos robustos na indústria, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Produção, Desenvolvimento Econômico e Agricultura Familiar (Semagro) participa de 04 a 06 de outubro com um estande no maior evento de tecnologias para o setor do Brasil, o 54° Congresso de Celulose e Papel, que acontece no Transamérica Expo Center em São Paulo.
De acordo com o titular da Semagro, Jaime Verruck, o objetivo com a participação da feira é mostrar o potencial e a força da cadeia da celulose e papel do Estado. No evento serão debatidos temas como sociedade, meio ambiente e governança.
“Temos a maior parte dos investimentos previstos para o setor no próximo ano. Neste momento temos a Suzano que está avançando no Projeto Cerrado, já em construção na região de Ribas do Rio Pardo. E mais recentemente recebemos a informação de que a Arauco vai construir uma outra planta em Inocência”, salientou o secretário.
Ao todo, a Suzano prevê investimentos de R$ 19,3 bilhões na planta. Somente esta iniciativa gera expectativa de aumentar a área plantada da empresa para 600 mil hectares de eucalipto.
Outro megaprojeto com previsão de conclusão em 2024 e processamento de 2,3 milhões de toneladas por ano, é o da chilena Arauco. O anúncio foi feito no primeiro semestre deste ano e prevê uma planta na região de Inocência.
Os investimentos na planta serão de R$ 15 bilhões, com a implantação do Projeto Sucuriú. O empreendimento terá a geração de 12 mil empregos no pico da construção e 250 empregos diretos e 300 indiretos quando entrar em operação, além de 1,8 mil empregos permanentes na área florestal. Atualmente, são 45 mil hectares, e o projeto da Arauco prevê necessidade de 340 mil hectares para suprir a demanda da fábrica. Esta expansão requer mais de R$ 5 bilhões em investimentos para plantar 290 mil hectares.
Florestas
Todos os investimentos estão calcados no avanço da base florestal do Estado nos últimos anos. Nos últimos dez anos, a base florestal saiu de 300 mil hectares plantados para 1,3 milhão de hectares. A expansão ganhou mais força, segundo Verruck com a criação do Plano de Incentivo a Florestas Plantadas (PROFLORESTA).
“O PROFLORESTA busca diversificar a produção, fortalecer o encadeamento produtivo, ampliar a base florestal de eucalipto, pinus e seringueira, aprimorar os incentivos fiscais, entre outros objetivos”, argumenta o secretário.
De acordo com levantamento da Semagro, o setor florestal de Mato Grosso do Sul é responsável pela geração de 27,2 mil empregos, sendo 14.901 diretos e 12.312 indiretos. Em 2021, o segmento gerou 6.266 empregos a mais em relação a 2020. Esse crescimento de postos de trabalho deve continuar nos próximos anos, com os investimentos já em curso no Estado, como o da nova fábrica de celulose da Suzano, em Ribas do Rio Pardo, no valor de R$ 19 bilhões.
Mato Grosso do Sul conta atualmente com três fábricas de celulose instaladas e em operação no município de Três Lagoas: uma da Eldorado Brasil, com capacidade de produção de 1,8 milhão de toneladas de celulose por ano; duas da Suzano, que produzem 3,25 milhões de toneladas por ano.
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