A literatura é um dos destaques na programação da 2ª edição do festival “Campão Cultural”. O evento, que acontece entre 08 e 15 de outubro, em Campo Grande (MS), traz grandes nomes da produção regional e nacional da literatura em mesas redondas, lançamentos de livros e oficinas que acontecerão na Biblioteca Isaías Paim, no prédio da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS).
Melly Sena, coordenadora de Literatura, Livro, Leitura e Bibliotecas da FCMS e gestora de atividades culturais, explica que, nessa edição, a programação dedicada à literatura tem o intuito da difusão literária e também da formação de profissionais. Um exemplo disso é a oficina “Ler e Contar, Contar e Ler”, que será ministrada pelo multiartista acreano Francisco Gregório, um dos maiores nomes da contação de histórias do Brasil. Ele é responsável pela formação de centenas de contadores ao redor do País e um dos fundadores do Programa Nacional de Incentivo à Leitura, o PROLER. “A ideia dessa oficina é fazer um trabalho de formação contínua com nossos contadores locais e também para que pessoas que gostam da contação e que almejam trabalhar com isso possam se desenvolver”, ressalta Melly.
Outro importante workshop que fará parte da programação será ministrado pela jornalista Josélia Aguiar. Com vasta experiência no mercado literário, a baiana traz a oficina “Um lugar para a literatura: Como pensar suplementos, instituições e eventos literários”. A articuladora cultural já trabalhou como crítica literária na Folha de S. Paulo e na revista Entre Livros, além de atuar como curadora do Festival Literário Internacional de Paraty (Flip) em 2017 e 2018. Ela vem ao “Campão Cultural” compartilhar suas experiências sobre o ofício da edição em suplemento e revista literária, curadorias em eventos e gestão cultural para a literatura.
Pluralidade – De acordo com Melly Sena, essa edição do “Campão Cultural” é um convite para refletir sobre o passado da produção literária local e a ligação ao contemporâneo que se almeja na literatura. Pensando nisso, foram convidados para as mesas redondas artistas que estão em diversos momentos produtivos de suas carreiras. É o caso de Alessandra Coelho, escritora carioca, natural da Cidade de Deus, e que, há quase quatro anos, adotou o Mato Grosso do Sul como seu lar.
Para ela, o “Campão” é uma oportunidade de mostrar que a literatura produzida no Estado não está limitada a temáticas pré-estabelecidas, mas que pode ser plural e abrangente. “Vamos muito além dos estereótipos do pantaneiro, da natureza, do Cerrado. Isso tudo é lindo, mas produzimos mais do que essas temáticas. Acredito que é importante conhecer a produção contemporânea, porque é a partir dela que conhecemos o futuro, o que vamos ver daqui para frente”, pontua.
O escritor e produtor cultural Fabio Gondim também participará da programação do festival. Para ele, trazer a discussão sobre a produção regional é fundamental. “É de extrema importância que a organização explore o momento riquíssimo pelo qual passa a cena literária de Campo Grande, colocando em evidência os talentos locais”, pontua.
Tanto Alessandra quanto Fabio farão parte da mesa redonda “Caminhos da Literatura LGBTQIA+ em Mato Grosso do Sul”, ao lado do também escritor Arthur Andrade Bellini. Além dessa mesa, faz parte da programação do “Campão”, o debate “Entre a Tradição e a Subversão: um breve panorama na literatura de Mato Grosso do Sul”, que reúne na mesma conversa diferentes gerações da produção literária local, como Sylvia Cesco, Samuel de Medeiros, André Luiz Alvez e Lucilene Machado com a mediação de Vini Willyan.
O “Campão Cultural” também será palco de lançamentos como o livro “Cancioneiro Popular – Crônicas de um lugarejo”, de Marli Moretini, e “Em Busca da Rainha do Ignoto: A mulher e a transgressão no fantástico’, de Adrianna Alberti. A programação literária do festival contará ainda com eventos em diferentes bairros e comunidades da Capital de MS.