Usinas de etanol de MS evitam a emissão de 6,2 milhões de toneladas de gás carbônico na atmosfera

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Nas duas últimas safras a produção de etanol em Mato Grosso do Sul evitou a emissão de 6,2 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. Esse gás é o principal vilão do aquecimento global e lideranças de todo o mundo empreendem esforços para reduzir as emissões de CO2. Esta mudança no perfil da indústria sucroalcooleira coloca o Estado cada vez mais no rumo de atingir o status de Carbono Neutro em 2030. 

Esta busca por mais sustentabilidade no segmento foi possível graças ao RenovaBio  que tem sido uma ferramenta para gerar nova receita e consequentemente novos investimentos através dos Créditos de Descarbonização, conhecido como CBIOs. 

“Hoje, as 17 unidades sucroenergéticas que operam no Estado já são certificadas pelo RenovaBio desde o primeiro ano de funcionamento do programa (2019/2020). Esforço que incluiu o setor entre os mais promissores na neutralização de dióxido de carbono”, explicou o secretário de Estado de Meio Ambiente, Produção, Desenvolvimento Econômico e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, que participou na semana passada, da comemoração de 30 anos da Usina Santa Helena, situada em Nova Andradina. 

A usina que processa 2 milhões de toneladas de cana e produz 150 milhões de litros de álcool é uma das certificadas no programa e que investe em CBIos. Somente no ano passado, segundo o diretor da usina, Ricardo Coutinho, a empresa recebeu quase R$ 10 milhões de CBIOs. “Hoje somos uma usina já certificada e produzindo créditos de descarbonização. No ano passado já faturamos quase R$ 10 milhões com isso. Então estamos nos modernizando e buscando produtividade com rentabilidade. Sempre com foco na energia limpa”, comentou

A tendência é observada em todo o setor, segundo o secretário Jaime Verruck. “As empresas que atuam com CBIOs recebem estes recursos e tentam reverter isso em mais ações de sustentabilidade”, afirmou.

Produção

O mercado de descarbonização ainda tem espaço para crescimento no setor. Na safra passada, segundo dados da Associação de Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul) o Estado processou 41 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, produzindo 1,3 milhão de toneladas de açúcar e 2,4 bilhões de litros de etanol. 

E os números continuam avançando. Com isso no País, o Estado se destaca como o 4º maior produtor de cana-de-açúcar, 5º maior produtor de etanol, 5º maior produtor de açúcar e 4º maior exportador de bioeletricidade para o SIN

Atualmente são 17 unidades em operação, sendo que todas são produtoras de etanol hidratado, 11 produtoras de anidro, 10 produtoras de açúcar, 10 produtoras açúcar VHP, 3 produtoras açúcar cristal e duas produtoras de açúcar refinado. Todas estas unidades cogeram bioeletricidade, 11 exportam o excedente para a rede nacional de energia elétrica. 

 “O Estado tem uma boa oferta de áreas para o cultivo, com uma estrutura fundiária que permitia a idealização de projetos de qualquer porte aliada à política estadual voltada para o desenvolvimento”, salientou o secretário.

As unidades em operação no Estado já chegaram a superar os 50 milhões de toneladas de cana por safra, quantidade que colocou o Mato Grosso do Sul na quarta posição nacional.

Ao todo, 39 municípios são impactados de forma positiva pelo setor sucroenergético em Mato Grosso do Sul. As usinas estão presentes nas comunidades e na vida das pessoas que vivem em torno das unidades. “O setor é um grande gerador de emprego  no campo e na indústria, em uma das melhores médias salariais e contribui para o desenvolvimento das pessoas através de capacitação da mão-de-obra”, salientou o secretário.

Futuro

O biogás desponta como uma possibilidade de produção. Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, já existe unidade a realizar uma transação financeira de Biogás produzido a partir da vinhaça da cana-de-açúcar. Há também estudos no setor acerca do Etanol de 2ª geração. Um combustível obtido através da fermentação controlada e da destilação de resíduos vegetais, especialmente com o bagaço da cana-de-açúcar. 

Outro cenário promissor para o setor é o incremento de produção com a instalação de novas unidades como a Inpasa, em Dourados, a CerradinhoBio, em Maracaju que investirão em etanol cana e também de milho, e a Pedra Agroindustrial, em Paranaíba, está última já em fase de instalação. Além dos investimentos que fortalecem ainda mais o setor, as novas plantas significam mais emprego, mais oportunidades para as pessoas e desenvolvimento para os municípios onde estão.

Dados para gráfico

Área

84% das lavouras de cana-de-açúcar estão concentradas no cone sul do Estado

650 mil hectares colhidas

800 mil hectares plantadas

Expansão sem necessidade de desmatamento.

PESO NA ECONOMIA

O setor tem uma das maiores massas salariais da indústria com R$ 834 milhões (Caged/Biosul/2021);

30 mil empregos diretos gerados em MS;

R$ 3.149,73 – Melhor média salarial na indústria (+ de 10 mil funcionário);

R $3.032,35 – Maior média salarial na agricultura (+ de 3 mil funcionários).