Pinturas inspiradas na cultura indígena serão apresentadas na próxima semana

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Começa na próxima quarta-feira (17) a terceira mostra entre os contemplados pelo Prêmio Ipê de Artes Visuais. O vernissage promovido pela Prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Sectur), traz a coleção “Yvypóry – Habitantes da Terra”, do artista plástico Ghva Mauricio. A abertura está programada para às 19h, na Galeria de Vidro.

O público presente poderá apreciar 27 pinturas sobre tela que foram elaboradas entre 2020 e 2022. A mostra é reflexo de uma pesquisa realizada por Ghva há mais de 20 anos sobre comunidades indígenas e afro-brasileiras e traz no nome a língua guarani, uma das etnias que foram retratadas nos quadros. A cultura das tribos sul-mato-grossenses kadiwéu, chamacoco e terena também aparece nas obras, além de povos de outras regiões do País, como xavante, paiter suruí e ianomami.

Agregando a leitura às ciências humanas trabalhadas por Ghva, a cerimônia de inauguração contará com a presença da colaboradora histórica da causa indígena em Mato Grosso do Sul Yuri Lee Matsunaka, apresentando um texto de sua autoria; o evento terá ainda a participação do DJ Tamys e de Begét de Lucena.

Segundo o autor, seu objetivo com a coleção é enaltecer e valorizar a identidade, a força e a herança ancestral dos povos originários, símbolos de honra e resistência, além de remeter ao Dia Internacional dos Povos Indígenas, celebrado no dia 9 de agosto. A exibição fica aberta aos campo-grandenses até o dia 31.

Ghva foi um dos 21 vencedores do Prêmio Ipê de Artes Visuais, que contemplou artistas que desenvolvem seus trabalhos em Mato Grosso do Sul e Campo Grande com o valor de R$ 5 mil. O edital também prevê que todos os selecionados ministrem uma oficina gratuita – dentro do prazo de um ano – para que possam compartilhar um pouco de suas técnicas com novos talentos locais.

Sobre o autor 

Natural do estado de Rondônia e descendente de migrantes nordestinos, Gevanildo Mauricio da Silva, o Gheva, viveu uma infância rural no município de Cacoal, localizado em plena floresta amazônica. A presença dos índios suruís na cidade era constante, assim como a convivência com a fauna e a flora únicas do bioma, que despertaram o interesse do artista pelo desenho de observação.

Na obra de Ghva há o predomínio de combinações de cores e colagens, que remontam à força e à beleza de comunidades indígenas e quilombolas. A produção do artista também chamou a atenção da antropóloga e historiadora Maria Barcelos (RO), por conta da investigação sobre as diversas etnias indígenas brasileiras, seus grafismos, sua iconografia e suas cores, bem como os registros históricos sobre o assunto, frequentemente pesquisados por ele.

Em Mato Grosso do Sul desde 2004, Ghva tem no currículo uma série de projetos desenvolvidos por aqui, entre eles o Festival Mba’e Porã (2020); o Espelhos da Terra (2021), com a Aldeia Urbana Marçal de Souza; e exposições em diversos espaços institucionais, como na TV Educativa, Fórum de Campo Grande, Uniderp e Unimed.

Serviço

A exposição “Yvypóry – Habitantes da Terra” começa no dia 17 de agosto, às 19h, na Galeria de Vidro, localizada dentro da Plataforma Cultural. O endereço é: Avenida Calógeras, n.º 3.015. A entrada é gratuita.

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