Ana Maria Schneider e Pedro Fattoti formam um casal unido pela música e pelo sonho de levar sua música pra todo o país cantando nas ruas desse Brasilzão.
Durante 3 meses eles rodaram 13 estados e cantaram em 13 cidades começando por Juiz de Fora (MG) e seguindo nordeste adentro cantando em Porto Seguro (BA), Salvador (BA), Arraial da Ajuda (BA), Aracaju (SE), Maceió (AL), Porto de Galinhas (PE), João Pessoa (PB), Pipa (RN), Natal (RN), Canoa Quebrada (CE) e Fortaleza (CE).
A bordo de uma van que já foi uma ambulância e que foi transformada em um motor home, eles andaram por volta de 8 mil quilômetros cheios de surpresas e perrengues. Já na ida em Birigui (SP) eles tiveram que fazer a retífica do motor da van. Depois ao longo do caminho tiveram que arrumar a suspensão, freio, bateria, numa série de percalços que não impediu o casal de realizar seu sonho.
Só com o carro eles gastaram por volta de R$ 13 mil. Uma das grandes surpresas que ajudou pra cobrir essas despesas foi que eles ganharam o Festival Universitário da Canção, numa disputa acirradíssima que lhes rendeu o primeiro lugar. Fora isso quem foi de grande valia foram as doações através de pix que as pessoas que acompanharam essa aventura pelas redes sociais. “A gente agradece demais as pessoas que ajudaram a gente. Foi muito importante pra que a gente conseguisse concluir essa viagem”, diz Fattori que com toda a paciência do mundo resolveu um por um dos pepinos mecânicos da viagem.
As demais despesas para se manterem no dia a dia eles conseguiam tocando nas ruas. Embora pouco comum aqui no Brasil na Europa os artistas estão pelas ruas, praças, parques e metrôs. A graça é o contato direto com o público, o efeito surpresa e a liberdade da pessoa querer te escutar naquele momento e as trocas com os demais artistas locais e os outros viajantes que acabam ficando amigos pelo caminho. Segundo Ana Maria, “tocar na rua é onde eu mais me sinto confortável tocando, é onde eu consigo ser mais honesta e sentir a honestidade das pessoas, onde eu mais consigo me conectar com o outro”.
Para completar todo o nordeste ficou faltando o Piauí e o Maranhão mas durante os últimos dias da viagem houve a perda da avó da Ana Maria e eles decidiram voltar para Campo Grande o que levou sete longos dias de viagem pra poder chegar em casa.
De volta à Campo Grande há pouco mais de uma semana os planos da dupla consistem em organizaras apresentações por aqui, terminar a faculdade de música da Ana Maria, concorrer nos editais de música, gravar um álbum com músicas próprias e planejar a próxima viagem que deve ser para o sul do país.
Sobre as maiores dificuldades de se morar numa van Fattori, conta que é o espaço o espaço pequeno, mas ele também diz que a casa é pequena mas o quintal é o mundo inteiro.
