Após 12 dias, Révilla volta para Escócia com energia renovada e calor humano

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Arquivo pessoal

Há três anos sem visitar Mato Grosso do Sul por conta da pandemia, a imigrante Révilla Karoline Martins dos Santos, de 30 anos, finalmente conseguiu visitar a família e os amigos. Durante 12 dias ela recarregou as energias, se assustou com os preços, fez três festas de aniversário para o filho e sentiu muito calor humano.

“É a primeira vez que o Arthur passa o aniversário no Brasil, ele se diverte tanto aqui. É uma pena levar ele embora”, justificou sobre as festas.

Enquanto esteve no Brasil, fez questão de passar um tempo com amigos e familiares. Dividindo seu tempo entre Campo Grande e Sonora, onde moram as famílias da mãe e do pai respectivamente, junto com o marido e o filho ela visitou a natureza sul-mato-grossense com dias no rancho e também curtiu o show do cantor Gusttavo Lima. “Lá não tem isso, não tem esse calor humano. Agora na pandemia não está tendo nada de eventos, há dois anos eu não sei o que o calor do Brasil e dos brasileiros”, disse.

Mas nem tudo são flores, chocada com os preços que encontrou tanto no supermercado quanto nas lojas de shopping, Révilla destacou que a roupa comprada e o ingresso para o evento custou mais de um salário mínimo. “É um absurdo como os preços estão aqui, fiquei chocada”.

Ainda uma menina que cursava faculdade, Révilla largou tudo há 10 anos e foi rumo ao continente europeu. Para muitos um sonho, ela conta que não é bem assim e em seu Instagram tenta desmistificar a maravilha de ser imigrante.

“Ser imigrante não é nada fácil, não é esse sonho. Tem uma romantização da vida no exterior. As pessoas acham que Iphone dá em árvore, não é bem assim. Se você tem as coisas é porque trabalha muito e aqui no Brasil também. Eu acho cruel porque o brasileiro é um povo tão trabalhador e não consegue ter o mínimo de qualidade de vida”, destacou.

Já indo embora, ela conta que o mais difícil é ficar longe de quem ama e não ter a certeza do reencontro. “Vou tentar não chorar. Ir embora é doloroso, abraçar seus familiares e sua avó e não ter a certeza que eles estarão vivos quando você voltar. Isso é muito ruim. Também é ruim saber que o meu país, a minha pátria, não me dá as condições de vida financeira, educacional, trânsito e tudo que eu tenho lá”, relatou com a voz embargada.

Quem se interessou pode continuar acompanhando a história desta imigrante pelo @revilla_na_escocia no Instagram.