O aumento de infecções causadas pela variante Ômicron da covid-19 pode desacelerar o crescimento nos próximos meses e prolongar os desafios da cadeia de suprimentos, mas a economia dos Estados Unidos deve retornar a uma trajetória mais forte após a onda passar, disse o presidente do Federal Reserve de Nova York, John Williams nesta sexta-feira (14).
Empresas podem sofrer um impacto no curto prazo conforme consumidores se afastam de atividades presenciais e algumas companhias ainda podem ter dificuldades para encontrar trabalhadores, afirmou Williams. Mas as interrupções podem não ser suficientes para desestabilizar a economia norte-americana, que pode crescer 3,5% este ano, segundo ele.
“Quando a onda da Ômicron diminuir, a economia deve retornar a uma trajetória de crescimento sólido e essas restrições de oferta na economia devem diminuir com o tempo”, disse Williams em comentários preparados para um evento virtual organizado pelo Conselho de Relações Exteriores.
A autoridade do banco central norte-americano afirmou esperar que o mercado de trabalho continue a se recuperar conforme a economia cresce e prevê que a taxa de desemprego cairá para 3,5% este ano.
Uma combinação de forte demanda por bens e gargalos de oferta elevou a inflação para níveis “consideravelmente altos”, disse Williams.
Mas as pressões de preços podem diminuir à medida que o crescimento desacelera e as restrições de oferta são resolvidas, afirmou ele, acrescentando esperar que a inflação caia para cerca de 2,5% este ano e se aproxime de 2% em 2023.
Formuladores de política monetária devem debater estratégias para elevar os juros e reduzir mais de 8 trilhões de dólares em carteira de títulos quando se reunirem daqui a duas semanas. Uma número constante de autoridades do Fed, incluindo a diretora do Banco Central, Lael Brainard, disse esta semana que podem aumentar os juros assim que concluírem seu programa de compra de títulos em março.
Williams disse que subir “gradualmente” a taxa de juros seria o próximo passo para remover a política expansionista, mas não comentou sobre o momento ou o ritmo de potenciais aumentos dos juros, dizendo que essas decisões seriam baseadas em dados econômicos.